Bancada ruralista não quer Greenhalgh

Brasília – Por causa de "sérios reparos" da bancada ruralista ao procedimento do candidato a presidente da Câmara Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) com relação aos trabalhos da Comissão Parlamentar de Mista Inquérito (CPMI) da Terra no Congresso, esses deputados têm resistências em votar nele, afirmou ontem o presidente da CPI, senador Alvaro Dias (PSDB-PR), apesar de o PSDB apoiar o petista.

Dias citou três fatos que – acredita – revelariam a parcialidade de Greenhalgh diante dessas investigações. Segundo o presidente da CPIM da Terra no Congresso, além de encabeçar o movimento para acabar com a comissão, o candidato do PT de São Paulo a presidente da Câmara teria sido o responsável pela petição encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir a quebra do sigilo bancário e fiscal de duas entidades que atuariam como "braços financeiros" do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Em campanha no Nordeste, onde tenta quebrar resistências de outros parlamentares à candidatura, Greenhalgh informou que, em respeito a Dias, vai procurá-lo para conversar. "Não agi para boicotar nenhuma CPI", disse. Segundo os ruralistas, as seguintes entidades teriam sido ajudadas por articulações políticas do candidato do PT de São Paulo a presidente da Casa: a Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária (Concrab), cuja liminar para manter as contas em sigilo foi derrubada pelo ministro Gilmar Mendes, do STF, e a Associação Nacional de Cooperação Agrícola (Anca), ainda favorecida por decisão do ex-presidente do Supremo, Nélson Jobim, que impede a CPI de investigar as contas.

O terceiro episódio contra a eleição de Greenhalgh, na avaliação de Dias, é o fato de ele ser apontado como o responsável pela queixa-crime encaminhada à Procuradoria-Geral da República contra o tucano, na condição de presidente da CPI.

Na ação, que foi arquivada em dezembro, a Concrab acusava Dias de vazar informações e dados sigilosos das contas. O candidato do PT de São Paulo à Câmara disse que não foi o idealizador do documento, tendo assinado apenas como parte de um núcleo de advogados do MST.

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