Aeronáutica ainda não sabe se avião estava acima da velocidade

Brasília – É prematuro fazer qualquer afirmação sobre a velocidade do Airbus 320 da TAM que realizava o vôo 3054 de Porto Alegre a São Paulo. A afirmação é do chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes (Cenipa), brigadeiro Jorge Kersul Filho. Na prática, ele descarta a afirmação feita esta manhã (19) pelo presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), brigadeiro José Carlos Pereira.

?O avião pousou normalmente, na velocidade correta e no ponto certo. Os controladores de vôo perceberam e as imagens mostram isso", afirmou o brigadeiro Pereira. "Imediatamente após tocar a pista, alguma coisa aconteceu. Quero saber o que aconteceu que o avião voltou a acelerar".

Questionado sobre a declaração do presidente da Infraero pela Agência Brasil, o chefe da Cenipa afirmou que ainda é cedo para descartar a hipótese de excesso de velocidade da aeronave. ?É bastante perigoso [dizer que a aeronave não estava acima da velocidade prevista] porque uma diferença pequena pode não ser notada dependendo do local em que se encontra o observador?.

Kersul havia confirmado ontem (18) um dado que pode indicar o excesso de velocidade da aeronave. O Cenipa averiguou que o avião percorreu determinado trecho em três segundos. A média dos demais vôos, segundo a Aeronáutica, é de 11 segundos.

O brigadeiro confirmou que o Airbus 320 tocou a pista no ponto certo ao pousar no Aeroporto Internacional de Congonhas. Segundo Kersul, após pousar e percorrer uma pequena distância, o avião, por razão desconhecida, deixou o traçado original de pouso, no qual os aviões mantêm uma margem de segurança, e passou a desviar para a esquerda da pista.

Ele confirmou informação do brigadeiro Pereira de que os controladores que observavam da Torre de Controle a aeronave não notaram nada de anormal em relação à velocidade do avião. Mesmo assim, ele considera premeditado afastar a hipótese.

Perguntado se Congonhas é seguro para operar com aeronaves de grande porte, Kersul afirmou que a autorização para que qualquer aeronave utilize o aeroporto só é concedida após a análise de segurança. ?A pista [de Congonhas] têm limitações físicas, mas as aeronaves, para decolarem ou pousarem, têm de ser autorizadas a operar. Para isso, elas têm de preencher uma série de requisitos de segurança?.

O responsável pela autorização é o Serviço Regional de Proteção ao Vôo (SRPV), ligado ao Comando da Aeronáutica e responsável pelo tráfego aéreo na região aeroportuária. "Se foi permitido o pouso ou a decolagem, é porque o avião está apto a realizar todas as manobras necessárias dentro das restrições da pista".

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