Brasil tem menor índice de desigualdade em 30 anos

Brasília – Entre os anos de 2001 e 2004 o Brasil registrou uma queda de 4% na desigualdade de renda. Isso quer dizer que os pobres brasileiros ficaram menos pobres e os ricos ficaram menos ricos.

A análise é do coordenador de Avaliação de Políticas Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Ricardo Paes de Barros, que nesta sexta-feira (18) participou do 17º Fórum do Planalto, em Brasília.

O tema deste ano foi A Redução da Desigualdade no Brasil e segundo o coordenador, ?em 2001 mantínhamos a média da desigualdade dos últimos 30 anos, mas hoje temos a menor desigualdade dos últimos 30 anos ? em termos da nossa história, nós fizemos muito?.

Paes de Barros explicou que uma queda de 4% no Coeficiente de Gini significa que a renda da população mais pobre cresceu mais rapidamente do que a renda da parcela da população mais rica.

O Coeficiente de Gini é uma medida desenvolvida pelo estatístico italiano Corrado Gini, em 1912. É comumente utilizada para calcular a desigualdade de distribuição de renda, em valores de zero a um ? da completa igualdade de renda à completa desigualdade. O índice de Gini é o coeficiente expresso em pontos percentuais, isto é, multiplicado por 100.

O coordenador destacou ?a base ampla e variada dessa queda, porque talvez seja isso que dê sustentabilidade?. E citou, como exemplo, que ?se falarmos no crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] do país baseado somente na produção de soja, ninguém vai acreditar que esse crescimento seja sustentável".

Na avaliação dele, três fatores explicam pelo menos a metade dessa queda. O primeiro é a melhoria na rede de proteção social, com a criação de programas como o Bolsa Família e o de Prevenção e Eliminação da Exploração do Trabalho Infantil (Peti). O segundo, a expansão educacional, e o terceiro, a interiorização da economia: "É impressionante como dr reduziu drasticamente o diferencial de salário entre interior e capital dos estados".

Paes de Barros alertou, no entanto, que o Brasil ainda é um dos países mais desiguais do mundo. Para chegar ao patamar da Tunísia, por exemplo, precisaria manter essa redução por mais 20 anos.

E citou a necessidade de melhorar as oportunidades para que os brasileiros adquiram habilidades: ?É preciso acelerar o acesso à educação em todos os níveis. O aumento no grau de escolaridade ocasionará uma redução no diferencial de salário entre o mais bem qualificado e o pouco qualificado. Ou seja, a população das classes média e alta, com mais tempo de estudo, passaria a ganhar menos?.

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