Brasil pode alcançar grau de investimento em até 3 anos

Rio – É possível ao Brasil "talvez nos próximos dois ou três anos" chegar ao grupo de países classificados como "investment grade", os de menor risco para o investidor e que por isso pagam taxas de juros mais baixas, desde que a política econômica tenha continuidade. A análise foi feita pelo economista Frederick Jaspersen, do Instituto de Finanças Internacionais (IIF), uma associação internacional de 150 instituições financeiras, que está promovendo encontro anual de presidentes de bancos da América Latina no Rio.

No papel de anfitrião do encontro, o presidente do Banco Itaú, Roberto Setúbal, concordou com o cenário e destacou que o "investment grade" traria "enormes benefícios para a economia". Para ele, uma classificação do País nesse grupo seleto "nos trará uma enorme redução da taxa de juros e uma mudança muito significativa do Brasil perante a comunidade financeira internacional, os investidores, as empresas que possam investir no Brasil".

Apesar do destaque dado por Jaspersen de que a continuidade da política econômica é a condição "mais importante" para que o País atinja a almejada classificação, o diretor-gerente do IIF, Charles Dallara, ressaltou que não se espera mudança na política econômica brasileira, mesmo com as eleições este ano, porque ela estaria mais institucionalizada. Ele elogiou a condução da economia pelo ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci. "Mas políticas e instituições são muito mais importantes que qualquer indivíduo", destacou.

Setúbal comentou sobre a troca de Palocci pelo novo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que "está bastante claro que a política econômica vai continuar a mesma". Eles defenderam reformas nas áreas fiscal, tributária, previdenciária e trabalhista.

Dallara observou que a maior parte do fluxo de investimento estrangeiro no Brasil é investimento direto em produção, de longo prazo, e decidido por investidores que conhecem os riscos mas vêem também oportunidades.

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