Brasil e Estados Unidos não chegam a acordo sobre o camarão

Fracassam as consultas entre o Brasil e os Estados Unidos na questão do comércio do camarão e o governo agora deverá levar o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC). Como antecipou o jornal O Estado de S. Paulo, autoridades brasileiras e americanas se reuniram ontem em Genebra para tentar esclarecer a suspeita de que empresas brasileiras estariam sendo obrigadas a fazer acordos para conseguir driblar tarifas e continuar exportando para os EUA.

A delegação do País, liderada por Fernando de Magalhães Furlan, diretor do Departamento de Defesa Comercial do Ministério do Desenvolvimento, saiu insatisfeita da reunião diante da falta de informação prestada pelo governo americano. O próximo passo deve ser a inclusão do tema na agenda da OMC. "Acho que não teremos outra opção", afirmou Furlan.

O centro do debate foi a ameaça de que as taxas cobradas pelos EUA sejam elevadas às empresas brasileiras que queiram exportar camarão. Para tentar escapar dos impostos altos, várias companhias nacionais fizeram acordos com os importadores americanos, envolvendo pagamentos por fora da taxa oficial. O Brasil pediu informações do governo americano para saber se a Casa Branca estava envolvida nesses acordos, que acabam incrementando os custos dos produtos brasileiros. Durante a reunião, que não durou nem 30 minutos, Washington disse que não tinha qualquer relação com esses acordos. O governo americano ainda alegou que estava atuando dentro de suas próprias leis ao autorizar que, a cada ano, as sobretaxas sobre produtos possam ser reavaliadas.

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