Bancos cobram mais caro nos financiamentos de bens duráveis, aponta BC

Brasília ? O relatório mensal de Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro, divulgado hoje (25) pelo Banco Central (BC), aponta uma elevação de 2,5 pontos percentuais nos juros cobrados nas compras de bens duráveis no mês de março.

Em fevereiro, as lojas de departamento cobravam 54,4% nos financiamentos de geladeiras, aparelhos de televisão, fogões e produtos similares. Em março, a taxa subiu para 56,9%.

Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, as compras de bens duráveis, como eletrodomésticos e eletroeletrônicos, têm aumentado continuamente nos últimos meses por causa dos convênios firmado entre varejistas e bancos para facilitar os empréstimos. Em virtude do aumento da demanda por mais créditos, os bancos elevam as taxas de juros cobradas nessas transações.

Lopes advertiu que é provável que os juros dessa modalidade subam mais, em razão da maior procura por produtos eletroeletrônicos à medida que se aproxima a Copa do Mundo, a ser realizada na Alemanha, nos meses de junho e julho. Esse aumento dos juros contraria a política de flexibilização da taxa básica de juros da economia (Selic), que vem caindo desde setembro do ano passado. No período, a Selic baixou de 19,75% para 15,75% ao ano.

No entanto, o economista do BC lembrou que os juros bancários caíram em outras modalidades de financiamento e empréstimo a pessoas físicas, embora tenham sido quedas com menor intensidade. Caso do financiamento na aquisição de carros, que baixou de 35,2%, em fevereiro, para 34,4%, em março; e do crédito pessoal, que teve os juros reduzidos de 68,6% para 67,8% no período.

Voltar ao topo