Apito e deselegância

O governador Roberto Requião, como é de seu feitio, diante do recrudescimento da greve dos professores das universidades estaduais a eles se referiu como ?moleques?, além de anunciar que o governo adotaria postura adequada ao comportamento dos mestres, está agora sendo alvo do desconforto até entre deputados de sua base política.

Para os deputados da base, mesmo ante o apitaço realizado durante evento com a presença do governador em Londrina, o que acabou motivando o desabafo governamental, é indispensável dar continuidade ao diálogo com os professores, que reclamam da acentuada defasagem salarial.

O presidente regional do PMDB, deputado Dobrandino da Silva, líder do governo na Assembléia, fez um esforço para amenizar o teor das críticas, sobretudo ao responder aos opositores, embora tenha reconhecido que a reação do governador em relação aos professores ?não foi das mais elegantes?. Em especial, partindo de um administrador que, a seu ver, tem executado um projeto elogiável no campo da educação.

O problema mais angustiante para o governador Roberto Requião é a recomposição da política salarial dos servidores estaduais, transformada pela inapetência do governo anterior numa colcha de retalhos, agravada por incompreensível ausência de isonomia salarial, decerto alinhavada para favorecer algumas categorias em detrimento das demais.

O governador Roberto Requião tem a seu crédito a declaração que o governo trata com ?absoluta seriedade? a questão salarial do funcionalismo público. Contudo, dois anos e meio se passaram desde a posse, quando o compromisso foi assumido, sem que houvesse a ansiada sinalização de mudanças para melhor.

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