Alckmin reafirma que não está determinado a concorrer ao Senado

São Paulo – O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pré-candidato a presidente, reiterou hoje que não se sente motivado a disputar uma vaga no Senado e que mantém a decisão de pôr o nome à disposição do partido para a corrida presidencial.

Alckmin, que foi citado pela pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), divulgada hoje, como favorito para a Casa, numa simulação com o pré-candidato à reeleição como senador Eduardo Suplicy (PT-SP), deixou claro que não houve qualquer tipo de mudança na posição.

"Não tem fato novo nenhum; a pesquisa não tem grandes mudanças", disse o governador de São Paulo, que inaugurou hoje uma unidade da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec), além de uma escola técnica estadual (ETE) na zona sul da capital paulista.

"Em outras pesquisas anteriores, eu também sempre estive em primeiro lugar no Senado e isso nunca me motivou." Ao comentar o levantamento, Alckmin também voltou a atacar o governo federal, ao afirmar que há, atualmente, um "monólogo", onde apenas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fala, criando-se "um dilúvio de propaganda".

Além disso, o governador destacou que não há motivos para ansiedade e comparou a trajetória do PSDB para escolher o candidato à época em que freqüentava matinês no Cine Brasil, na capital.

"Quando o carro derrapava na curva e o mocinho do filme ia cair no precipício, fechava a tela e dizia: volte no domingo que vem. Então, voltem amanhã, hoje, não tem nenhuma novidade." Ainda sobre a sondagem do Ibope, Alckmin negou que os dados possam significar que o partido seja atormentado pelo impacto de uma demora em definir também o candidato a governador.

"Nós não escolhemos nosso candidato; não sabemos quem é o candidato, imagine o eleitor", disse, ressaltando que a campanha eleitoral ainda não começou. "Tudo isso é relato de lembrança de nome; tudo isso é recall, é retrato das últimas eleições."

A pesquisa mostrou a pré-candidata a governador Marta Suplicy (PT) como favorita para o posto. Sobre como pode ser explicado o "sumiço" do prefeito José Serra (PSDB), Alckmin apenas rebateu: "Não é sumiço dele. Corretamente, ele aproveitou para descansar no carnaval."

O governador recusou-se, no entanto, a aprofundar-se sobre a possibilidade de Serra aceitar disputar a vaga da legenda para a corrida presidencial. Segundo Alckmin, o processo de escolha do candidato é bem-conduzido pelo presidente nacional da sigla, senador Tasso Jereissati (CE). "Não há razão para stress."

Hoje, Alckmin enfrentou, mais uma vez, um protesto em meio à inauguração de uma das obras realizadas pelo governo de São Paulo. Depois de se deparar com críticas de estudantes na inauguração da segunda fase das obras da Universidade de São Paulo (USP) na zona leste, o governador defrontou-se hoje com as críticas de um único manifestante que se queixava da falta de professores nas escolas técnicas e da má remuneração dos funcionários dessas instituições.

O manifestante, que disse trabalhar como vigia numa dessas escolas, apresentou aos um holerite em que constava um valor inferior ao salário mínimo (300 reais). Um grupo de simpatizantes de Alckmin o cercou e deu início a um tumulto.

Ao comentar o incidente, o governador destacou que sempre discriminou qualquer tipo de tentativa de impedir alguém de manifestar a opinião. "Se alguém quiser expor alguma coisa, manifestar-se, tem todo o direito. Nós lutamos a vida inteira pela democracia. Infelizmente, alguns, querendo ajudar, atrapalham", disse, em referência ao grupo que tentou abafar o ato do vigia.

Alckmin também afirmou que pediu que seja verificada a condição salarial dele, que compareceu ao evento vestindo uma camiseta da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Sobre se o incidente pode sugerir que a campanha deste ano será difícil, Alckmin insistiu que não há campanha fácil. "Não existe campanha mole. Campanha é sempre difícil."

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