Aftosa: 211 animais do Paraná passarão por novos exames

O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, afirmou hoje que o governo federal fará novos exames nos 211 animais do Paraná que tiveram trânsito de áreas com febre aftosa ou contato com bovinos do Mato Grosso do Sul. "Serão examinados o líquido do esôfago e da faringe desses animais, porque normas internacionais admitem que é possível a permanência do vírus da aftosa nessas regiões do corpo por algum tempo sem que a doença se manifeste", afirmou Rodrigues, em entrevista à Agência Estado.

"A partir dos resultados negativos desses exames poderemos informar ao Brasil e ao mundo que não há focos da doença no Paraná", acrescentou. A decisão de realizar os exames foi tomada neste sábado em uma reunião entre Rodrigues e sua equipe com o governador em exercício e secretário de Agricultura do Paraná, Orlando Pessuti. A reunião aconteceu na fazenda do ministro, em Guariba (SP), e dela também participaram produtores pecuaristas e representantes de frigoríficos paranaenses.

Rodrigues informou que até todos os novos exames estarem concluídos – em prazo ainda indefinido – o governo federal manterá as medidas de interdição de fazendas e de proibição do comércio a partir das 36 cidades paranaenses. "As decisões serão mantidas como se houvesse o foco no Paraná e são para manter a credibilidade do País."

Entorno

O ministro disse, no entanto, que técnicos do governo federal e do Estado do Paraná estão analisando os exames já realizados nos animais e é provável que, na próxima semana, seja reduzido de 25 quilômetros para 10 quilômetros o raio de interdição no entorno das propriedades com animais suspeitos. "Após essas análises poderemos flexibilizar a proibição do comércio entre o Paraná e outros Estados. Estou disposto a convocar os secretários da Agricultura desses Estados para pedir que suspendam possíveis barreiras sanitárias", explicou.

A proibição do comércio está prevista na Instrução Normativa (IN) 34, editada em outubro pelo Ministério da Agricultura. Com a reunião deste sábado e as medidas a serem tomadas durante a semana, Rodrigues espera pôr fim à polêmica entre o ministério e o governo paranaense. O governo do Estado anunciou, no final de outubro, que animais locais tinham sintomas de febre aftosa após terem contato, em uma feira em Londrina, com bovinos da região no Mato Grosso do Sul na qual, até agora, foram confirmados 22 focos da doença.

Só que os primeiros exames feitos pelo Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro) afastaram as suspeitas, o que obrigaria uma nova avaliação. A demora para um resultado conclusivo aumentou a pressão de pecuaristas paranaenses para que as medidas federais fossem revogadas. Durante a semana, o governo do Paraná acusou técnicos federais de pressionarem para que o Estado assumisse a existência da doença, o que facilitaria as ações. A informação foi negada várias vezes por Rodrigues e por autoridades sanitárias do Ministério da Agricultura.

"A primeira decisão da reunião de hoje foi que está mantida a recíproca confiança entre o governo e o Paraná, e que qualquer solução definitiva ou decisão anunciada sobre o Paraná será lastreada em uma avaliação técnica", informou o ministro.

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