Advogado de pilotos do Legacy nega negligência

A tese segundo a qual os pilotos norte-americanos do jato Legacy desligaram o transponder (mecanismo que permite a identificação pelo radar) e desrespeitaram o plano de vôo da aeronave foi rechaçada pelo advogado José Carlos Dias, contratado pela empresa ExcelAire para assisti-los no caso do acidente com o Boeing da Gol, em que 154 pessoas morreram. Em entrevista à Agência Estado, Dias disse que os pilotos tentaram se comunicar com controladores de vôo para se certificar de que deveriam, de fato, baixar de 37 mil pés para 36 mil pés, conforme previa o planejamento, mas houve falha na comunicação.

"Eles estavam seguindo o plano de vôo estritamente. Ao se aproximarem de Brasília, entraram em contato com a torre, para checar se deveriam mesmo diminuir a altitude, e não conseguiram se comunicar. Mas não quero ficar atribuindo responsabilidade a ninguém", afirmou. Dias não soube informar ao certo se o centro de controle em questão era o de Brasília (Cindacta-1) ou o de Manaus (Cindacta-4).

O advogado também não explicou porque Joseph Lepore, o piloto, e Jan Paul Paladino, o co-piloto, não seguiram o que ditava o plano de vôo, mesmo sem que tivessem conseguido o contato. "Estou no caso desde ontem; não vou entrar em detalhes," justificou. "Agora, se havia alguma dúvida, a posição do Boeing tinha que ter sido mudada."

Estripulia

Segundo Dias, seus clientes negam veementemente que tenham desligado o equipamento necessário à localização do Legacy e tenham feito qualquer manobra fora do padrão. "Eles são competentes e prudentes", afirmou. "Você acha que eles fariam alguma estripulia no ar tendo a bordo um importante jornalista do New York Times e diretores da Embraer? Nessas condições, tinham que ser os mais bem comportados do mundo".

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