Acordo de TV digital prevê padrão nipo-brasileiro

O acordo fechado ontem entre Brasil e Japão para a implantação da TV digital no País prevê a criação de um sistema nipo-brasileiro, que será uma variação do padrão japonês (ISDB-T). Segundo o representante do padrão japonês de TV digital no Brasil, Yasutoshi Miyoshi, o padrão nipo-brasileiro deve incorporar inovações tecnológicas desenvolvidas no Brasil, mas ainda serão realizados estudos técnicos conjuntos sobre a viabilidade dessas tecnologias. "Vamos avaliar todas as inovações que o Brasil deseja adotar", afirmou Miyoshi, citando, por exemplo, o sistema de compressão de sinais de vídeo MPEG 4.

Em entrevista à Agência Estado, ele procurou deixar claro que há interesse, tanto do lado brasileiro quanto do lado japonês, em usar os desenvolvimentos brasileiros no padrão de TV digital que será implantado no País. "O que for bom para o Brasil, para a população e economicamente viável, será incorporado", disse Miyoshi. Segundo ele, o texto do Termo de Compromisso não traz datas para os estudos e caberá ao governo brasileiro estabelecer cronogramas para a implantação do sistema. Serão criados grupos técnicos de trabalho dos dois lados, que serão formados em até quatro semanas após o anúncio do padrão, previsto para o dia 29.

Ainda não está definido se o padrão nipo-brasileiro será registrado como Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD) ou se será criado um novo nome, mas a idéia é trabalhar para que o padrão nipo-brasileiro seja implantado em outros países da América Latina. Os japoneses assumiram, também, o compromisso de tornar disponível uma linha de financiamento pelo banco japonês JBIC. Ainda serão detalhados valores do financiamento, mas a estimativa de fontes do governo é de que os recursos sejam da ordem de US$ 500 milhões, que serão destinados às emissoras de TV. Também está certo que o Japão dará apoio para o desenvolvimento da indústria de semicondutores no Brasil e para a modernização da indústria eletrônica. O Termo de Compromisso, que foi elaborado em inglês, tem um tom diplomático e não abordará aspectos mais técnicos.

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