Acesso ao Contorno Norte continua fechado

Mesmo com a assinatura, pelo governador Roberto Requião, da ordem de serviço para a conclusão do lote 2 do Contorno Norte, os moradores da Rua Justo Manfron, em Santa Felicidade, mantêm a via fechada. Eles bloquearam a entrada clandestina que dava acesso à pista do contorno. A medida foi tomada em maio do ano passado para acabar com o tráfego pesado nas ruas do bairro, pois o movimento de caminhões causava prejuízos para moradores e comerciantes.

De acordo com a Secretaria de Estado dos Transportes, a obra vai ser reiniciada ainda neste mês. O Contorno Norte tem cerca de 32 quilômetros de extensão, ligando a BR-116 à BR-277. O trecho do lote 2 vai da Avenida Manoel Ribas até a Rodovia dos Minérios (PR-092), totalizando 8,77 quilômetros.

O problema dos moradores da região começou quando uma passagem clandestina foi aberta ligando a rua e o contorno. O movimento de caminhões trouxe prejuízos, como rachaduras nas casas e engarrafamentos. ?Não dava nem para conversar ou assistir televisão?, lembra Doraci Manfron, que mora em frente ao acesso. Ela conta que foi preciso colocar 700 sacos de areia na fundação da casa para que a estrutura não fosse abalada. ?O pó era tanto que eu não podia colocar as cortinas na sala e nos quartos?, acrescenta.

Os moradores promoveram diversas manifestações pedindo a conclusão da obra, mas o apelo não foi atendido. Assim, a solução encontrada foi fazer buracos na passagem, com a autorização do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER), responsável pela área. O movimento de caminhões praticamente não existe mais. ?Nós sofremos bastante e não vamos abrir novamente porque vai voltar o problema?, explica. A intenção é reforçar o bloqueio depois que as obras terminarem. De acordo com Doraci, grupos de moradores de Santa Felicidade também impediram o acesso de carros e caminhões em outros pontos do bairro para desafogar o tráfego nas ruas.

Quanto à autorização do governador Requião para finalizar o obra, Doraci e seus vizinhos só vão acreditar realmente quando as máquinas voltarem ao contorno. ?Eu vi o governador assinando, mas eu quero ver se vai acontecer mesmo?, insiste a moradora. ?Foram tantas promessas que fica difícil acreditar?.

Impasse

Segundo Doraci, a primeira paralisação das obras aconteceu devido a um morador que não aceitou o valor de indenização da desapropriação do terreno. Ele cedeu somente após um ano de negociação. Outro problema, porém, surgiu e uma nova interrupção ocorreu. O convênio entre o governo do Estado e a Prefeitura de Curitiba, no qual concordaram em dividir os custos da obra, terminou no ano passado. Segundo o governo estadual, o acordo não foi cumprido e a dívida da prefeitura é de R$ 7 milhões. O executivo municipal alega que a parceria precisa ser renovada para fornecer os recursos necessários.

Para acabar com a dor de cabeça dos moradores, o término da obra foi autorizado pelo Estado, que espera recuperar os valores na próxima administração municipal. Além do lote 2, ainda falta a conclusão do lote 4, entre a Rodovia da Uva e a BR-116, que segundo a Secretaria de Transportes, é de responsabilidade do governo federal.

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