Tuberculose: doença milenar é grave e tem cura

Clovis Botelho, 51 anos, professor titular da UFMT, médico pneumologista, lembrando o dia mundial de combate a tuberculose (24/03) faz breve relato sobre o seu diagnóstico e tratamento.

A tuberculose é uma doença milenar e faz parte da história da humanidade, acometendo o homem desde os tempos bíblicos. Durante muitos anos, este mal se propagou entre os povos sem conhecimento do agente causador. Há relatos que durante os séculos 17 e 18 a mortalidade atingia cerca de 20% da população; quer dizer: uma de cada cinco pessoas morria pela doença. Realmente era uma praga que se propagava pelo ar e ninguém conseguia detê-la.

Nos tempos atuais, a tuberculose atinge a cifra de 10 milhões de casos novos e com cerca de 3 milhões de mortes por ano em todo o mundo. Um terço da população mundial encontra-se infectada com o bacilo de Koch e, portanto, com maior risco de adoecer por reativação da doença. Na América Latina, segundo a OMS, a tuberculose acomete cerca de 230.000 a 250.000 indivíduos por ano, sendo o Brasil campeão em número de casos/ano por tuberculose nas Américas. São cerca de 80 mil casos novos e com ocorrência de 6.000 óbitos todos os anos.

Estes dados são importantes para dimensionarmos o problema, pois a tuberculose se propaga pela via aérea, pela inalação de gotículas de saliva ou catarro contendo o bacilo de Koch. Ao tossir, o doente elimina milhares de gotículas no ar, contendo até dez bacilos cada uma. Ao serem inaladas por outra pessoa próxima ao seu convívio, estas gotículas podem seguir até os alvéolos pulmonares, iniciando o processo de infecção. Assim, é imprescindível que identifiquemos os indivíduos doentes e os tratemos corretamente, para podermos melhor controlar a propagação e a manutenção desta endemia.

Sobre o autor

Professor titular da Faculdade de Ciências Médicas e do Curso de Mestrado em Saúde Coletiva, da Universidade Federal de Mato Grosso. Doutor em medicina -pneumologia – pela Escola Paulista de Medicina / Unifesp, em 1991.

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