Emissoras e produtoras independentes investem em “sitcoms”

Fazer rir dá audiência. Prova disso são as séries “Os Normais” e “A Grande Família”, da Globo. Atualmente, as duas registram médias que oscilam entre 25 e 40 pontos no Ibope, índices considerados ótimos para os respectivos horários. Não por acaso, cinco projetos de “sitcoms”, em diferentes fases de produção, disputam uma vaga na grade de programação das emissoras. Na maioria das vezes, as chamadas “comédias de situação” têm orçamento reduzido e boa aceitação do público.

Das “sitcoms” em andamento, a “Meu Cunhado”, do SBT, é a mais adiantada delas. Com 42 episódios já gravados, ela pode estrear a qualquer momento. A demora é tanta que Guilhermina Guinle, que interpretava a irmã do personagem-título, largou o projeto para fazer “Mulheres Apaixonadas”, da Globo. Na série, Moacyr Franco, que também assina os roteiros, interpreta um empresário que tem de aturar um cunhado “encostado”, vivido por Ronald Golias. “Há bons roteiristas no meio, mas o programa é semanal e não dá tempo de aprimorar o texto. Precisamos de bons roteiristas. Isso ajuda na hora de interpretar”, reivindica Golias.

Por isso mesmo, o vice-presidente da Rede TV!, Marcelo de Carvalho, está à procura de bons roteiristas para formatar seu mais importante projeto de teledramaturgia para 2003: uma “sitcom” nos moldes de “Os Normais”, da Globo. Segundo ele, a produção de “sitcoms” é barata porque necessita apenas de um núcleo central de dois a quatro atores, mais alguns coadjuvantes, e uns poucos cenários. “Se tivermos uma boa proposta de produtoras independentes, ótimo. Caso contrário, vamos produzir sozinhos”, avisa ele, visivelmente empolgado.

Cola do Chaves

Na dúvida, a Rede TV! já encomendou a João Kléber dois projetos de “sitcom”. Um infantil, na linha do mexicano “Chaves”, do SBT, e outro nos moldes de “O Golpe da Madame”, especial de fim de ano que alcançou picos de 15 pontos. Escrito e dirigido pelo próprio João Kléber, a “sitcom” gira em torno de uma socialite falida interpretada por Geórgia Gomide, que faz o possível e o impossível para não perder a pose. “Se a emissora não liberar a produção de um novo programa, enfio tudo no ?Eu Vi na TV?. Humor sempre dá audiência”, garante João Kléber.

Paralelamente a algumas emissoras, diversas produtoras independentes também estão investindo no formato. Ex-diretor de produções internacionais da Globo, José Paulo Vallone está retomando o comando de sua produtora independente, a JPO, que já fez novelas para SBT, como “Dona Anja”, e Record, “Estrela de Fogo” e “Tiro e Queda”. Além de voltar a investir em folhetins, a JPO está com três projetos de “sitcom”, todos eles sob a responsabilidade de Yves Dumont. “A nossa maior preocupação é adaptar um formato de reconhecido sucesso nos Estados Unidos a uma realidade tipicamente brasileira”, pondera Yves.

Novas atrações

Além da JPO, a produtora de Gugu Liberato também pretende voltar a investir no formato. Responsável pela “Escolinha do Barulho”, que registra médias de 5 pontos com suas reprises na Record, a GGP planeja recrutar alguns veteranos, como Marcos Plonka e Orival Pessini, para integrarem o projeto “Hotel do Riso”. “Os personagens se revezariam fazendo palhaçadas como carregadores de mala, recepcionistas, arrumadeiras… Mas, para que tudo dê certo, precisamos de patrocínio”, queixa-se Castrinho, um dos idealizadores do projeto.

Voltar ao topo