Diário de Carlos Drummond relançado pela Editora Record

Durante 34 anos Carlos Drummond de Andrade manteve um diário onde registrava, com freqüência irregular, anotações pessoais e fatos políticos e literários que o interessavam. Uma seleção desses relatos foi publicada em sua coluna no Jornal do Brasil, de 1980 a 1981. Em 1985, os textos foram reunidos no livro O observador no escritório, que agora é relançado pela Record, com nova capa, diagramação e prefácio assinado por Aécio Neves.

Ao escrever o diário, Drummond não se preocupou em guardar algo que o justificasse no futuro nem o fez por motivação psicológica.?Animou-me a ingênua presunção de que possam dar ao leitor um reflexo do tempo vivido de 1943 a 1977 (…) fazendo lembrar coisas literárias e políticas daquele Brasil sacudido por ventos contrários. Fui, talvez, observador no escritório?.

Aécio Neves, governador de Minas Gerais, assina o prefácio do livro e destaca que Drummond, como zeloso servidor público, jornalista e poeta, foi um atento observador e crítico dos acontecimentos. ?Ele via o caminho e a pedra, na estrada que de Minas, vai ao mundo?. O observador no escritório é um diário onde há todos os sinais para entender um dos mais difíceis e criativos períodos da história brasileira: o miolo que compreende parte do governo Vargas e da ditadura militar. Um dos relatos mais empolgantes é sobre Luiz Carlos Prestes. Drummond registra minuciosamente a visita que fez ao político na prisão.

Um poeta de alma e ofício. Assim era o mineiro nascido no ano de 1902, em Itabira. Os anos de formação foram marcados pela mudança de escola e uma expulsão do Colégio Anchieta, em 1919. Dois anos depois, já em Belo Horizonte, teve seus primeiros trabalhos publicados no Diário de Minas. Em 1925, formou-se na Escola de Odontologia e Farmácia e casou-se com Dolores Dutra de Morais companheira de toda a vida.

O primeiro livro de Drummond, Alguma poesia, foi lançado em 1930. Conciliando a atividade de funcionário público com a de jornalista, o poeta colaborou no suplemento literário do Correio da Manhã e na Folha Carioca. Em 1962, aposentou-se do funcionalismo público. No ano seguinte, recebeu os prêmios da União Brasileira dos Escritores e do Pen Clube do Brasil por Lições de coisas. Ao deixar o Correio da Manhã, em 1969, passou a colaborar no Jornal do Brasil. Em 17 de agosto de 1987, o poeta faleceu.

O observador no escritório de Carlos Drummond de Andrade. Editora Record.

384 páginas. Preço: R$ 39,90. Formato: 14 x 21 cm.

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