CDs trazem arranjos sinfônicos de Pixinguinha

Um projeto intitulado Série Pixinguinha, que se inicia com três CDs surpreendentes – Sinfônico, Sinfônico Popular e No Cinema – traz um material inédito que escondeu os arranjos sinfônicos que o mestre Pixinguinha fez para belíssimas composições. “Ele não alardeava o que fazia. Pixinguinha era humilde até demais”, diz Marcelo Vianna, de 40 anos, neto do criador das eternas Carinhoso, Lamentos e Um a Zero.

O trabalho, que agora vem à tona em uma tiragem exclusiva de 3 mil CDs e 1 mil caixas de “colecionador”, foi gravado no Estúdio Sinfônico da Rádio MEC, no Rio, mesmo local em que Pixinguinha regeu nos anos 30 e 40, e também no Teatro Santa Isabel, do Recife, onde o mestre do choro, da polca e do maxixe também fincou raízes. Os três primeiros da série de dez CDs são de grande importância não apenas por trazerem material inédito ou raro, mas por valorizar um aspecto pouco lembrado da arte do pioneiro Pixinguinha (1897-1973): o arranjador.

Uma das surpresas que o músico Caio Cezar, responsável pela direção musical da série, aponta foi a descoberta da trilha sonora do filme Sol Sobre a Lama, que sela a parceria do compositor com Vinicius de Moraes (1913-1980). O clássico Lamento reúne os netos dos dois: Marcelo Vianna e Mariana de Moraes. Seule, gravada antes por Paula Morelenbaum, aqui é cantada por Céu. Outras raridades, como Samba Fúnebre e Iemanjá, ganharam interpretações impecáveis de Jards Macalé e Diogo Nogueira, respectivamente. Ingênuo, parceria com Benedito Lacerda e a predileta do mestre, confirma seu teor de obra-prima.

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