Se depender da euforia da torcida, o Atlético já leva uma grande vantagem para o primeiro jogo das semifinais da Copa Libertadores da América.
A Kyocera Arena deverá estar totalmente lotada para o rubro-negro enfrentar o Chivas Guadalajara, às 21h30 de quinta-feira, no confronto que poderá valer uma vaga na final da competição. Em meio a muita confusão nas bilheterias do Joaquim Américo e nos postos de venda, já foram vendidos quase 18 mil bilhetes.
Como já era esperado, a torcida do Furacão dormiu na fila para garantir presença na mais importante partida internacional dos 81 anos de história. No entanto, a desorganização da fila com a falta de educação de alguns torcedores gerou muita confusão e fechamento temporário das bilheterias, tudo isso debaixo de muita chuva e frio. Foi necessária a intervenção da Polícia Militar e dos seguranças para colocar a casa em ordem e organizar a venda dos ingressos.
Quem procurou os postos avançados para comprar as entradas também não levou sorte. Os pontos de venda comercializaram os ingressos internamente e quem era de fora ficou chupando dedo ou teve que apelar para os famigerados cambistas. Para os fundos e curvas, com preços de R$ 25,00 e R$ 20,00, já foram todas vendidas. Restam ainda lugares na reta superior ao preço de R$ 60,00. Vale lembrar que estudantes, crianças e idosos têm 50% de desconto. Agora, as vendas acontecem exclusivamente nas bilheterias da Arena.
Fernandinho volta
É com essa força que o time está contanto para tentar fazer um bom resultado no primeiro confronto contra os mexicanos. "Temos que aproveitar a torcida. Eles têm mostrado aí que é muito importante para o nosso time, eles impulsionam a gente, é vibrante e mostrou isso contra o Santos, então acho que eles foram responsáveis também pela vitória do Atlético", comemora o técnico Antônio Lopes.
Ontem, ele comandou um trabalho tático no CT do Caju e já esboçou aquela que poderá ser a equipe do rubro-negro para pegar o Chivas. A principal novidade deverá ser o meia Fernandinho. Titular até a final do campeonato paranaense, quando se machucou, ele deverá estar de volta ao time titular. Pelo menos foi assim no trabalho de ontem. Resta saber quem sai, Ticão ou André Rocha.
Já o volante Alan Bahia terá que cumprir mais uma partida de suspensão. Ao contrário do que se pensava, o seu segundo cartão vermelho implicou em mais um jogo de suspensão e só terá condição de jogar na partida de volta, em Guadalajara. O provável time para quinta deverá ter Diego; Jancarlos, Danilo, Durval e Marcão; Cocito, Ticão (André Rocha), Fernandinho e Fabrício; Lima e Aloísio.
Concentrado e focado pra pegar o Chivas
A dois jogos da possibilidade de disputar a final da Copa Libertadores, mais do que nunca o Atlético trabalha com o emocional do elenco para enfrentar o Chivas Guadalajara. Nem precisava tanto para motivar e mobilizar os jogadores, mas o Rubro-Negro não quer dar chance ao azar e mantém a rotina com os atletas para manter o sonho de conquistar a América. A seriedade é tanta que a concentração para a partida de quinta-feira já começa hoje.
?Vamos cercar os jogadores de tudo aquilo que já fizemos e deu certo antes e mais todas as questões que o técnico Antônio Lopes tem trazido para que o grupo possa estar o mais mobilizado possível?, revela Gilberto Gaertner, psicólogo do clube. Segundo ele, nem precisava muita coisa para motivar os jogadores. ?O nosso mote aqui é que estamos a dois jogos da final e isso é algo extremamente forte. Nem preciso de muito mais do que isso?, aponta.
Segundo ele, o trabalho tem dado tão certo que os jogadores estão sabendo lidar com a pressão que uma competição como essa exerce sobre uma equipe de futebol. ?A Libertadores é um jogo duro e que tem que estar lidando com pressão o tempo todo, que tem que segurar o jogo, que tem que jogar de uma forma um pouco diferente, com mais raça e agressividade, eu creio que, na quinta-feira, a gente pode demarcar essa passagem (para a final)?, destaca.
Para Gaertner, a partida na Arena será fundamental. ?Se a gente conseguir fazer um bom jogo, que eu acho que vai acontecer, nós estaremos a uma partida de ir para a final da Libertadores e isso é uma coisa mobilizadora para todos nós, que estamos aqui?, projeta. Na prática, o trabalho deverá ser mais individualizado. ?Temos que manter as pessoas com o foco fechado só nesse jogo, porque nada mais importa nesse momento?, diz.
Segundo ele, a diferença entre o Atlético da Libertadores para o Atlético do Campeonato Brasileiro está na escolha feita pelo próprio clube e assimilada pelos jogadores. ?O clube tem uma coisa muito forte de internacionalização. É óbvio, sem menosprezar o Campeonato Brasileiro, está conseguindo bons resultados e isso mobiliza muito mais os jogadores. Em todos os momentos que o time foi muito exigido, ele respondeu muito bem, mas precisa de estímulos fortes?, analisa.