Prejuízo do Corinthians é de R$ 10,4 milhões

São Paulo – O balanço esportivo do Corinthians no ano passado era conhecido: o título paulista, a eliminação nas oitavas-de-final na Copa Libertadores e a 15.ª posição no Campeonato Brasileiro. Nesta semana, o clube divulgou no Diário Oficial do Estado seu balanço financeiro de 2003, que dá a dimensão do descompasso entre receita e despesa que tem enfrentado. O déficit até caiu (-20,77%) na comparação com 2002, mas não dá para comemorar muito uma conta negativa de R$ 10,4 milhões. No ano retrasado, o prejuízo alcançara R$ 13,2 milhões.

As contas do Corinthians mostram sua força de mídia. A receita bruta com os direitos de transmissão de futebol pela TV chegou a R$ 18,2 milhões, ao que se somam R$ 12,7 milhões de patrocínio e publicidade e R$ 1,9 milhão de licenciamento e franquias.

Mas a receita esportiva em si não foi das mais agradáveis, com apenas R$ 444 mil oriundos de empréstimos de jogadores e uma arrecadação de R$ 5,4 milhões nas bilheterias dos estádios. O valor obtido com ingressos foi até menor que o contabilizado em 2002 (R$ 5,7 milhões), provavelmente motivado pela fraca campanha no segundo semestre do ano.

No total, as receitas do futebol no Corinthians somaram R$ 54 milhões. A comparação com os números totais de 2002 fica prejudicada porque o clube retirou dos dados do ano retrasado os números da já desfeita parceria com a Corinthians Licenciamentos. A receita do clube social e dos esportes amadores, que inclui mensalidades dos sócios e exploração comercial, subiu 16%, para R$ 8,942 milhões. A debandada de jogadores em pleno Campeonato Brasileiro trouxe ao clube uma receita de apenas R$ 1,035 milhão no ano passado, fruto de negociação de atestados liberatórios. Em 2002, esse valor foi maior, de R$ 5,9 milhões.

Os problemas começam a aparecer mesmo na análise das despesas operacionais. O gasto com pessoal praticamente dobrou entre 2002 e 2003, de R$ 13,3 milhões para R$ 26,2 milhões. O departamento de futebol consumiu R$ 12,5 milhões no ano passado, ante R$ 8,8 milhões um ano antes. Outro dado preocupante é o crescimento das despesas financeiras, de R$ 1,9 milhão para R$ 5,2 milhões.

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