Drama tricolor

Sem vencer, Paraná Clube segue sua lenta agonia

Alex Santana correu, fez o gol e chegou a jogar machucado. Foi o símbolo da luta de um Tricolor com grandes fragilidades técnicas. Foto: Marcelo Andrade

O Paraná Clube tinha tudo para terminar uma rodada do Campeonato Brasileiro com o sorriso da vitória. Mas não foi ontem. Muita correria, muita disputa e pouco futebol marcaram o empate com o Vasco em 1×1 na Vila Capanema. O resultado mantém o Tricolor a 13 pontos da saída da zona de rebaixamento, enquanto os cariocas saíram da ZR. Apenas a matemática resta para a salvação paranista. E 13 também é o número de partidas sem vencer.

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Claudinei Oliveira tentava encontrar soluções no elenco. Sem seis titulares (Renê Júnior, Rayan, Igor, Júnior, Maicosuel e Nadson) e um reserva (Cléber Reis), o treinador arriscou. Escalou Charles, em seu segundo jogo no Brasileirão, improvisou Leandro Vilela na lateral-direita e colocou como armadores o atacante Deivid e o lateral-esquerdo Juninho – os dois recém-chegados de clubes pequenos, e certamente sem estar entre os jogadores que o Paraná apostava.

Talvez alguns torcedores nem os reconhecessem se eles saírem pelas ruas de Curitiba. Juninho, principalmente, que veio do Olímpico de Itabaianinha, vice-campeão da segunda divisão do Campeonato Sergipano. Foi trazido para um período de testes há um mês e meio, para treinar com o time sub-20, e virou a grande surpresa paranista em seu jogo de estreia. E logo uma decisão como essa partida com o Vasco. “A gente precisa buscar alternativas”, resumiu Claudinei.

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Mas foi um dos “conhecidos” que fez o gol tricolor. Alex Santana, há um bom tempo o melhor jogador do time, arriscou de longe. A bola bateu em Leandro Castán e enganou o goleiro Martín Silva. Com dez minutos de jogo, o Paraná estava na frente. E os cariocas sentiram o golpe – afinal, era uma espécie de “garantia” para o Vasco a vitória na Vila Capanema. Já os donos da casa imediatamente assumiram a retranca como uma estratégia de jogo.

E a sorte também parecia ter enfim ficado do lado paranista. Quando Maxi López deixou Andrés Ríos na cara do gol, o desvio em Leandro Vilela foi para longe. Em outros jogos, a bola tinha entrado. Mais tarde, a bola de Ríos ia passando por baixo de Richard, mas o goleiro foi rápido e defendeu. Mas a tal sorte não chegou com tudo, pois o próprio Vilela teve chance de marcar o segundo e errou. E logo depois Ortigoza, com Martín Silva caído, conseguiu chutar por cima.

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Maxi López, o melhor em campo, marcou de pênalti pro Vasco. Foto: Marcelo Andrade
Maxi López, o melhor em campo, marcou de pênalti pro Vasco. Foto: Marcelo Andrade

O jogo era dramático. De um lado, o Tricolor se agarrando na vantagem e correndo riscos por estar recuado. De outro, um Vasco todo desorganizado e que era o famoso “perigo nas duas áreas” – na frente, Maxi López era muito perigoso; na defesa, a zaga toda hora entregava a rapadura. Mas a rotina era o time visitante chegar na cara de Richard. E em uma dessas jogadas, Deivid cometeu um pênalti infantil em Ramón. Aos 49 do primeiro tempo, Maxi cobrou e empatou. A sorte não tinha virado mesmo.

Sem a vantagem, o Paraná resolveu jogar mais na etapa final. Era possível vencer, mas era preciso caprichar. E atacar. A ponto de Claudinei Oliveira tirar Juninho e colocar Carlos. Do outro lado, o ex-tricolor Kelvin entrou, no que era para ser uma tentativa do Vasco pressionar. Só que aos 12 minutos Leandro Castán segurou Ortigoza e foi expulso – lance besta do zagueiro carioca, melhor para os donos da casa.

Passou a ser obrigação partir pra cima. Claudinei tirou Torito González e colocou Caio Henrique. E logo depois entrou Rafael Grampola no lugar de Deivid. O negócio ia ser jogar a bola na área e ver o que ia dar. Só que o Tricolor não conseguia mais chegar no ataque. O time estava esgotado. Alex Santana jogava machucado. Silvinho e Mansur não tinham mais gás. E os visitantes voltavam a ameaçar. O primeiro tempo foi dramático? O segundo era ainda mais.

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Faltava fôlego, faltava técnica, restava o coração. E na luta o Paraná tentou até o final. Arriscou, sofreu contra-ataques, quase marcou e quase sofreu o gol da vitória ou da derrota. Mas não aconteceu nem uma coisa nem outra. Aconteceu mesmo o empate, que se transforma apenas em mais um passo na triste caminhada que deixa o rebaixamento cada vez mais perto.

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