Herança

Rodrigo Pastana foi demitido do Paraná, mas seu legado segue no clube

Rodrigo Pastana se despediu do Paraná Clube após a derrota para o Grêmio. Foto: Arquivo.

Ainda que Rodrigo Pastana tenha saído do Paraná Clube na semana passada, o executivo de futebol transferiu ao Tricolor uma herança no melhor estilo ‘presente de grego‘, referente ao período de 1 ano e 9 meses em que esteve no clube. Visto como um dos responsáveis direto pela campanha de sucesso do time em 2017, que resultou o acesso à Série A, e também o culpado pelo desempenho pífio do time no Campeonato Brasileiro deste ano, Pastana deixou um legado de 74 jogadores contratados. Destes, apenas 27 permanecem no clube.

No ano passado, foram 40 atletas que chegaram ao Tricolor por intermédio de Pastana. Da primeira temporada do executivo por trás das contratações paranistas, apenas seis nomes continuam no elenco até o momento: Igor, Richard, Rayan, Guilherme Biteco, Júnior e Alex Santana. Este último, com uma negociação que envolve dois contratos: um referente a 2017 e outro deste ano, quando voltou a defender a camisa Tricolor.

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Já em 2018, ‘desembarcaram‘ na Vila Capanema 34 jogadores. Deste total, somente 21 continuam defendendo o clube, enquanto 13 já foram para outros clubes antes mesmo do fim da temporada.

Dos 74 atletas da ‘era Pastana‘, alguns foram bem aproveitados, fazendo um número considerável de partidas com o manto paranista. Já outros, sequer ‘esquentaram‘ seu lugar no time e já se despediram. Os atletas do ano passado foram aqueles que melhor fizeram valer o investimento financeiro do Tricolor. O zagueiro Eduardo Brock, por exemplo, entrou em campo 57 vezes, enquanto o meia Renatinho, 54. Neste ano, o atleta contratado que mais jogou pelo Paraná foi Caio Henrique, que contabiliza 24 partidas. Ainda que jogue todos os confrontos que restam na temporada, Caio não chegará aos números dos jogadores melhores ‘ranqueados‘ de 2017. Vale destacar que, neste ano, o meia só perde para o volante Leandro Vilela – jogador do Próprio Paraná Clube – quando o assunto é vezes que entrou em campo. O volante atuou em 29 partidas este ano.

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Por outro lado, há quem tenha vindo quase ‘a passeio‘ à Vila Capanema. O zagueiro Márcio e o atacante Zé Carlos, por exemplo, só entraram em campo quatro vezes e já deixaram o Tricolor. Entre os que ainda permanecem, os menos acionados foram os goleiros David Rambo, com três jogos, e Luis Carlos, com uma partida apenas.

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Mesmo diante de tantos jogadores recém-chegados, o Paraná Clube apresenta dificuldade em fechar seu elenco. As laterais, por exemplo, são setores que sempre exigem sacrifícios e até improvisos quando os titulares da esquerda e da direita não podem atuar.

A alta rotatividade no elenco chama a atenção, já que o discurso do Tricolor no fim do ano passado era de que o clube não faria loucuras financeiras na Série A deste ano e ainda assim seria montado um time digno da elite do futebol nacional. Em 2017, o orçamento era de R$ 460 mil mensais.

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Logo após a conquista do acesso, contando com uma folha salarial um pouco maior, Pastana projetou a vinda de jogadores que pudessem tornar o time ‘diferente‘ para a Série A.

“Para quem este ano teve uma folha de R$ 400 mil mensais, no ano que vem se a gente tiver R$ 1 milhão, R$ 1,5 milhão, eu acho que já dá pra fazer algo diferente”, falou em novembro de 2017 à Tribuna do Paraná.

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O discurso da verba limitada também não funcionou para segurar alguns destaques do ano passado. Ainda que as negociações para a permanência do elenco do acesso tenham passado por entraves dos times detentores de alguns jogadores, em outros casos, a diretoria paranista não quis lançar mão de salários mais altos para segurar alguns atletas. Em compensação, posições que tinham sido de titulares absolutos nunca foram preenchidas. O caso do zagueiro Eduardo Brock é um exemplo. O jogador preferiu abandonar o time para ganhar R$ 80 mil no Goiás. E o Tricolor, mesmo tentando várias duplas na função, não conseguiu encontrar o encaixe perfeito formado por Maidana e Brock.

Na prática, o dinheiro extra que o clube teve, não significou qualidade nas contratações e deixou no ar a dúvida se o time do acesso, ‘pinçado‘ por Pastana, foi realmente escolhido de forma pensada ou se a ‘liga‘ da equipe foi fruto de sorte.

arte PR

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