Promessa não cumprida

Paraná reformula elenco e contrata mais de um time titular na Série B

Com 27 jogos, Diego Tavares foi quem mais atuou pelo Tricolor e um dos poucos reforços que deram certo. Foto: Antonio More

Quando a nova diretoria do Paraná assumiu o clube, no final do ano passado, uma das promessas era não repetir erros das gestões anteriores, como a troca de quase todo o elenco do Campeonato Paranaense para a disputa da Série B do Campeonato Brasileiro. Mas, dez meses depois, as mesmas falhas aconteceram e mais de um time acabou sendo contratado ao longo da competição nacional.

Até aqui, em 29 rodadas, o Tricolor levou a campo nada menos que 33 jogadores, sendo que 16 deles foram contratados no início ou ao longo da Série B. Ou seja, praticamente metade do grupo veio após a disputa do Estadual. Vale lembrar que em ainda em março o então diretor de futebol paranista, Durval Lara Ribeiro, o Vavá, disse que aquele elenco era um dos melhores da Série B.

“O Paraná vai ter um dos melhores elencos da Série B. Jogadores que podem vir são aqueles que o Paraná quer. Queremos ter 18 a 20 atletas de verdade e o resto com a meninada”, afirmou ele, na ocasião.

No entanto, a realidade foi bem outra. Destes 33 atletas usados até aqui, apenas oito foram revelados nas categorias de base paranista, sendo que um deles é o goleiro Marcos. O experiente arqueiro de 40 anos, aliás, é o único que foi titular em todas as partidas que jogou, com 26 autações, ficando atrás apenas do lateral-direito Diego Tavares, que entrou em campo 27 vezes.

Atrás deles na lista dos que mais jogaram estão o atacante Lúcio Flávio, com 25 jogos, o zagueiro Leandro Silva, com 23, e o atacante Róbson, que foi para o São Paulo mas atuou 21 vezes. Do outro lado, alguns nomes que entraram em campo apenas uma vez, casos dos atacantes Guga e Núbio Fávio e do zagueiro Zé Roberto. Sem contar aqueles que chegaram e logo em seguida foram embora, como o meia Marcelinho e o atacante Robert.

Uma troca constante de peças que impediram que o time titular tivesse uma sequência, ao contrário do que aconteceu no Estadual, quando o então técnico Claudinei Oliveira usava os jogos para dar um padrão de jogo sem mudar aqueles que iniciavam como titulares.

De lá pra cá, na ânsia de colocar o Paraná na briga pelo G4, vendo uma derrota vir atrás da outra e o clube cair na classificação, a diretoria foi atrás de novas contratações. Algumas para suprir as saídas prematuras de Basso, Jean e Róbson. Outras, por admitir que o elenco não era tão forte quando o esperado.

Tanto que após o segundo turno ter começado, alguns jogadores ainda estavam estreando, como Lucas Taylor e Wellington Reis, os mais recentes reforços. Mesmo ao longo da Série B, inclusive quando o time encostou no G4, parte da diretoria considerar o Paraná como um dos mais fortes do torneio.

“O Paraná não pode recuar desse jeito. Tem que ter postura de time grande. Não é desprezar o Londrina, mas o Paraná é um time de melhor qualidade. O nível da Série B está baixo na minha opinião. Nós temos peças que outros times não têm. Hoje (terça) nós poderíamos ter saído tranquilamente com a vitória”, disparou Vavá, logo após o empate em 1×1 com o Londrina, no Estádio do Café, quando Claudinei começou a balançar no cargo, justamente por reagir a essa declaração.

Vale destacar que, atualmente, o Tubarão, ao qual Vavá disse que era inferior ao Tricolor – assim como fez quando disse que a dupla Atletiba apenas tinha uma folha salarial maior que a paranista -, está no G4 da Série B, apenas quatro pontos atrás do líder Atlético-GO. Uma realidade na qual só a diretoria vivia.