Fechou o tempo

Paraná Clube volta a atrasar salários de jogadores e funcionários

Clima no Tricolor ficou pesado. Foto: Jonathan Campos

O ano ruim do Paraná Clube dentro de campo pode acabar ainda pior fora dele. Segundo denúncia feita ao jornal Tribuna do Paraná, os funcionários do Tricolor estão há dois meses sem receber salários e sequer tiveram acesso ao 13º ou férias. Os atrasos referem-se aos pagamentos de novembro e dezembro dos colaboradores administrativos e se estendem aos jogadores de futebol.

O relato sobre a situação crítica em relação à falta de pagamentos foi feita por um prestador de serviços do clube, que não quis se identificar. Com vários prints de conversas com diferentes funcionários, ele comprovou à reportagem o clima ruim interno no Tricolor.

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“As pessoas estão magoadas. Tem gente com aluguel atrasado, sem condições de passar um final de ano digno. Pessoas simples, como zeladores e serventes, estão passando dificuldade”, contou o denunciante, que também tem dinheiro para receber.

“Eu mesmo tenho duas parcelas atrasadas referentes a um trabalho que realizei na Vila Capanema. Este pagamento já foi parcelado depois da decisão de um processo trabalhista, mas acredito que vai demorar para eu conseguir receber”, revelou. O terceirizado também destacou a falta de explicação aos colaboradores.

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“Os funcionários tentam conseguir um prazo ou uma explicação, mas não estão recebendo nenhuma satisfação. Além disso, a conversa interna é de que o assunto não poderia vazar de forma alguma, senão os pagamentos demorariam ainda mais a saírem”, revelou.

Os atrasos nos pagamentos podem ter se agravados por uma quebra de contrato entre a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a BR Foot Mídia. Isso porque a empresa de marketing não repassou ao Tricolor e, pelo menos, a mais 17 clubes, uma quantia a qual já contavam.

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A BR Foot assinou em outubro um contrato com a CBF para comercialização internacional de direitos de transmissão e publicidade em formato de placas nos estádios do Campeonato Brasileiro. O acordo teria validade para negociações no exterior, entre 2019 e 2022, com um valor de R$ 550 milhões.

Porém, acusando a CBF de não cumprir o combinado, por negociar por conta própria cotas de patrocínio, além de não inserir os 20 clubes prometidos antes de assinar o contrato (Flamengo e Athletico não fecharam o acordo), a BR Foot notificou extrajudicialmente a instituição sobre o cancelamento do negócio. Por esse motivo, não realizou o pagamento referente aos repasses dos clubes, que somariam R$ 100 milhões.

Ainda que o Paraná Clube estivesse contando com a verba, que não chegou aos cofres do Tricolor, esse deve ter sido apenas o estopim da situação. Isso porque o depósito da BR Foot seria feito no dia 1º de dezembro e antes disso os compromissos da instituição com seus colaboradores não estavam sendo cumpridos.

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A Tribuna do Paraná entrou em contato com alguns porta-vozes do Paraná Clube, mas não obteve respostas sobre a situação. Por telefone, o superintendente geral, Oliveiros Machado Neto, disse que estava reunido com o presidente Leonardo Oliveira e com os responsáveis pelo departamento jurídico do clube, e que assim que possível retornaria para dar um posicionamento. Até o fechamento desta matéria, e depois outras diversas tentativas de retomar o contato com o dirigente, a reportagem não teve retorno.

Justamente nesta semana, na cerimônia de posse do novo conselho gestor, que aconteceu na terça-feira (18), o presidente do conselho deliberativo do Paraná Clube, Luiz Carlos Casagrande, destacou o fato de as contas do clube estarem em dia.

“Sabemos que o ano foi ruim para o nosso torcedor. Mas, é importante destacar tudo o que foi feito fora de campo, na continuidade do trabalho de resgate do Paraná Clube como um todo. Dívidas estão sendo pagas e o clube segue se organizando”, disse, há apenas alguns dias, Casinha.

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