Sem vencer

Empate com o Paysandu explicita motivos que deixam o Paraná na Série B

Fernando Karanga comemora o gol de abertura do placar. Foto: Cezar Magalhães/Estadão Conteúdo

Faltam três rodadas para o final do Campeonato Brasileiro da Série B. O Paraná Clube tem seis pontos de frente para a zona de rebaixamento. Apesar da matemática, o Tricolor não vai cair. Vai jogar a Segundona de novo ano que vem. E a partida de terça (8) contra o Paysandu, o empate em 1×1 no estádio da Curuzu, em Belém, apenas mostrou que da forma como as coisas andaram na Vila Capanema, era impossível mesmo subir.

Confira a classificação da Segundona!

Apesar de boas atuações, principalmente do garoto Johny, de Diego Tavares e de Fernando Karanga, o Paraná não conseguiu ser eficiente em todo o tempo, e perdeu a chance de uma vitória até tranquila, tomando um sufoco monstruoso de um Papão desarrumado. No final das contas, o empate foi justo.

Taticamente e tecnicamente, o jogo foi sofrível. Muito pelo Paysandu, com Dado Cavalcanti fazendo tudo aquilo que conhece dele – inventando moda, querendo provar que sabe mais do que sabe e montando no final das contas um time totalmente desequilibrado. Com uma formação mais segura e sem confundir os jogadores, Roberto Fernandes deixou o Tricolor pronto para explorar as falhas do Papão.

Assim foi empilhando oportunidades, acumulando escanteios e dominando a partida até os 30 minutos, quando Johny tirou de Rodrigo Andrade e a bola chegou em Fernando Karanga, em condição legal e sem qualquer marcador pelo caminho. Aí foi só passar pelo atabalhoado goleiro Emerson e abrir o placar. Na verdade, a etapa inicial deveria ter terminado com uma vantagem bem maior para os visitantes, tamanha era a diferença entre os dois times.

Botando todo o time no ataque, o Paysandu partiu para uma tática suicida no tempo final, jogando com os dez de linha no campo paranista e o goleiro à frente da intermediária. Estranhamente desesperado, o time paraense se atirou com tudo – o retrato da postura foi uma falta que Emerson bateu de longe, sem qualquer esquema de resguardo ao gol. Não fosse Diego Tavares ter prendido tanto a bola e o jogo estaria resolvido ainda com muito jogo por jogar.

Até o apito final os donos da casa tentaram de forma desordenada. Roberto Fernandes optou por apenas defender, como ficou evidente quando tirou Guilherme Queiroz e colocou Zé Roberto. Aí aconteceu o inevitável – aos 31 minutos, Raí cobrou falta com categoria e empatou. Wendell se posicionou mal no lance. A partir do empate, virou uma loucura ainda maior, porque o Tricolor resolveu tentar também o gol.

Era emocionante, mas era melancólico ao mesmo tempo. Dois times limitados, com jogadores abaixo do nível mínimo pra uma Segundona, correndo como malucos e falhando a todo momento – e nos bancos, Bob e Dado, técnicos que marcam esse período de dez anos de Paraná Clube na Série B. Um cenário que explica muito o porquê de o Tricolor ficar esse tempo todo sem conseguir voltar para a primeira divisão.