Paraná Clube tem grupo renovado para 2008

Apenas 16 jogadores ?sobreviveram? ao processo de reformulação do Paraná Clube. O fracasso na última edição do Brasileirão obrigou o Tricolor a mudar sua cara e apostar em um novo perfil para 2008. Nada menos do que 26 jogadores que vestiram a camisa do clube, em algum momento do ano passado, foram liberados ou estão ainda definindo a rescisão de seus contratos, já cientes de que não emplacarão mais um ano no azul, vermelho e branco.

O número elevado talvez seja a maior prova dos deslizes do Paraná em 2007, que encheu ?as prateleiras? sem a qualidade necessária para as disputas da Libertadores e da Série A. Lembrando que nessa contagem final não estão sendo considerados aqueles atletas que haviam deixado o clube há tempos, como Aderaldo, Vandinho (o das categorias de base), Henrique Dias, Xaves, Egídio, Dinelson, Marcos Leandro e até Rodrigo ?Beckham?, que vestiu a camisa do clube por exatos 36 minutos.

O ?novo? Paraná pretende trocar a quantidade pela qualidade. Mesmo com contratações modestas diante do cenário brasileiro, o clube pretende apostar menos e formar um grupo coeso a partir de jogadores conhecidos. São os casos, por exemplo, do meia Cristian e do atacante Leonardo. Na visão do vice de futebol Durval Lara Ribeiro, ambos têm o perfil para se tornarem novamente referências do time junto à torcida e à opinião pública. Para isso, o dirigente precisou jogar com todas as suas cartas.

A transação de Cristian, por exemplo, foi viabilizada numa ?jogada? financeira, articulada em meio à venda de Eltinho para um grupo de empresários. Já a volta de Leonardo foi confirmada nos últimos dias, mesmo com o atleta precisando de um mês para se recuperar plenamente de uma lesão muscular. Além dessas ?peças-chave?, o Paraná trouxe até o momento outros três reforços.

O atacante Paulo Massaro -ex-Rio Branco e Ulbra-RS – se uniu ao zagueiro Leonardo Dagostini e o volante Léo, como as caras novas do Paraná para 2008. Eles seguiram com os remanescentes do ano passado para a pré-temporada, que se iniciou ontem em São Bento do Sul-SC. Dentre os ?sobreviventes?, destaque para os experientes Nem, Luís Henrique e Beto e para as promessas Jumar, Giuliano e Éverton. É com essa mescla de valores que o Tricolor espera encontrar a ?química? ideal para brigar pelo título estadual e chegar forte à Série B.

?Estamos trabalhando com os pés no chão, mas sem ficar chorando por cotas?, afirmou Vavá Ribeiro, que ainda busca um lateral-esquerdo em caráter emergencial e também pretende trazer pelo menos mais um meia e um atacante antes da estréia do clube na Copa do Brasil, dia 13 de fevereiro, contra o Trem, do Amapá.

Contagem regressiva

O lateral-direito André Luiz não vê a hora da bola rolar. Recuperado da série lesão de tornozelo, que sofreu no início do Paranaense – mais precisamente no dia 4 de abril do ano passado, num jogo contra o Adap Galo, em Maringá -, o jogador passou por um longo tratamento e uma cirurgia. Procedimentos que o tiraram de praticamente todo o restante da temporada. Ele só voltou a jogar na última rodada do Brasileirão, na meia-hora final do jogo que determinou a queda do Tricolor para a Segundona, diante do Vasco.

?Foi um ano difícil, para ser esquecido?, disse André Luiz, que ao contrário dos demais jogadores não teve férias. Ao lado de Beto e Luís Henrique, outros jogadores lesionados, passou o mês de dezembro aprimorando a condição física. ?Um sacrifício que será recompensado agora, no início do ano. Não vou sentir de forma tão intensa a volta aos treinos?, comentou o lateral. ?A maior motivação é saber que estou voltando. Trabalho não vai faltar, pois quero recuperar o tempo perdido, recuperar o meu espaço?, afirmou.

André Luiz, no ano passado, saltou de simples opção para titular absoluto da camisa 2, sob o comando de Zetti. (IC)

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