Bernardinho costuma repetir que não conta apenas com sete titulares (contando o líbero) na seleção brasileira masculina de vôlei. O técnico, porém, deu sinais neste sábado de que já definiu o time-base para o restante da Liga Mundial. Na vitória sobre Porto Rico, no Ginásio do Ibirapuera, ele mexeu pouco na equipe, somente nas posições de levantador e oposto.
Bruninho e Leandro Vissotto, com muitos erros nas últimas partidas, são os mais ameaçados na equipe, por Marlon e Theo/Wallace, respectivamente. Após o jogo, Bernardinho mandou um recado direto para Vissotto. “Ele é super importante para o grupo, e não pretendo desistir dele. Mas precisa ser mais constante”.
No caso de Bruninho, ele continua na disputa com Marlon. Desde a saída de Ricardinho, por desentendimento com o técnico e parte do grupo em 2007, o Brasil jamais encontrou um substituto à altura. “Isso confunde o adversário”, diz o levantador, tentando ver o lado positivo da alternância.
Bernardinho mostrou que já definiu seus titulares ao evitar mudanças no terceiro set da partida deste sábado, quando o Brasil teve dificuldade para se impor sobre a Polônia. “Até pensei em colocar alguém, testar o João Paulo Bravo, só que não seria justo. Eles se desconcentraram em quadra e complicaram o jogo. Então quem complicou que resolva a situação”, declarou o técnico. “Estamos com uma espinha dorsal mais fixa”.
Bernardinho, contudo, não escondeu a insatisfação com o desempenho da equipe neste sábado. O treinador acredita que o Brasil “caiu na armadilha da perda de foco” e todos estão incomodados. “Fiquei bem chateado e eles também. Mas não é mais uma bronca que vai resolver a situação. Agora é treinar bastante para dar a resposta”.
Entre os jogadores, era visível que ninguém estava satisfeito depois do jogo. “Demos uma dormida no terceiro set”, lamentou Vissotto, que se alternou em quadra com Theo. Marlon foi mais enfático na crítica. “Precisamos adquirir logo um padrão de jogo. Esta falta de atenção tem nos prejudicado bastante”.