Foram precisos 130 treinos de classificação para 130 GPs desde 2002, quando estreou na F1 pela Minardi correndo em casa, na Austrália. E estreou com pontos, diga-se. Conhecido “leão de treino”, rápido quando não precisa, pouco efetivo em corridas, Mark Webber conseguiu ontem, em Nürburgring, a primeira pole position de sua carreira.

O piloto da Red Bull, assim, entra para as estatísticas como aquele que mais tempo demorou para conseguir uma pole, superando as 119 corridas que Jarno Trulli precisou para largar na posição de honra no GP de Mônaco de 2004.

“Eu cheguei perto muitas vezes e finalmente consegui. Agora, quem sabe possa conseguir também minha primeira vitória”, falou Webber, que terá atrás dele, no grid para o GP da Alemanha, Rubens Barrichello e Jenson Button, da Brawn, e Sebastian Vettel, seu companheiro, nas duas primeiras filas. O vencedor deverá sair daí.

O treino que definiu o grid, ontem, foi emocionante graças ao clima. Fez muito frio em Nürburgring, com a temperatura não passando dos 13ºC.

Na primeira parte da classificação, algumas gotas começaram a cair. Na segunda, choveu de verdade.

Foi quando três pilotos em particular se destacaram, conseguindo encontrar uma pequena janela de pista quase seca, fazendo seus tempos com pneus slicks: Barrichello, Nelsinho Piquet e Adrian Sutil.

Todos foram para o Q3, a terceira parte do treino, que reúne os dez mais rápidos. Piquet e Sutil, pela primeira vez na temporada. Na fase derradeira, a pista foi melhorando aos poucos, já sem chuva.

E a disputa pela pole acabou sendo intensa entre as duplas de Brawn e Red Bull, com algumas tentativas de Lewis Hamilton – que no final larga em quinto com um carro da McLaren renovado e bem melhor do que se apresentou em Silverstone, três semanas atrás.

A Ferrari decepcionou mais uma vez e parte com Massa em oitavo e Raikkonen em nono. Há previsão de frio de novo para hoje na região, mas isso já não assusta mais os pilotos da Brawn. Como a Bridgestone levou para a Alemanha pneus supermacios, eles não têm tido problemas para atingir a temperatura ideal.

A corrida de hoje terá 60 voltas e largada às 9h, pelo horário de Brasília. Webber fez a primeira pole de um australiano desde 1980, quando Alan Jones largou na frente também num GP da Alemanha. Se vencer, quebra outro longo jejum. A última vitória da Austrália, também de Jones, aconteceu no GP dos EUA de 1981, em Las Vegas.

Para Nelsinho, está tudo bem

O GP da Alemanha, hoje, pode ser o último de Nelsinho Piquet na Renault. Uma revista alemã publicou a notícia de que, por falta de performance (não fez pontos ainda no campeonato), ele seria dispensado do time, dando lugar ao francês Romain Grosjean já no GP da Hungria.

Anteontem, o brasileiro reclamou publicamente do time, dizendo que não tem o mesmo equipamento que Fernando Alonso. E, ontem, garantiu através de seu Twitter, o miniblog de mensagens curtas, que tudo não passa de boato.

“Está tudo bem por aqui, sai uma coisa na Alemanha e vira uma bola de neve”, escreveu para seus mais de 20 mil “seguidores”. “Estou concentrado na corrida.” Curiosamente, pela primeira vez na curta carreira, que começou no ano passado, Nelsinho conseguiu, ontem, uma posição de grid melhor que a de seu companheiro de equipe.

Ele larga em décimo, com Alonso duas posições atrás – o espanhol errou no Q2, com chuva, mas garantiu que o carro está competitivo e prometeu resultado para hoje, ainda mais se chover. Nelsinho, por sua vez, disse que vai lutar pelos primeiros pontos no ano e se disse “muito feliz” pelo que fez no Q2, com pneus slick, numa pista traiçoeira.