Mais respeitado, Coritiba agora quer o quarto lugar

O resultado não foi tão bom, se olharmos para a tabela. Mas a grande vitória do Coritiba no jogo contra o Cruzeiro não aconteceu dentro de campo, e sim fora dele. Para quem não acreditava no bom momento alviverde e na classificação no Brasileiro, o empate em pleno Mineirão -jogando melhor e chegando a abrir 2×0 – provou que o Coxa não está entre os melhores por acaso.

A boa atuação do Cori foi um dos principais assuntos do futebol brasileiro ontem. Nas grandes emissoras de rádio e TV, muitos comentaristas afirmavam ter ?queimado a língua? ao apostarem secamente em uma vitória fácil do Cruzeiro. “Quase que eu errei por completo. Em alguns momentos, o Coritiba dominava com tranqüilidade”, disse Antero Greco, da ESPN Brasil.

E ficou comprovado que se há candidatos ao título brasileiro, o Coxa é um deles. Mesmo mais afastado dos primeiros que na rodada anterior, ninguém o tira da lista dos favoritos. “Há cinco times lutando pelo título: Cruzeiro, São Paulo, Internacional, Santos e Coritiba”, disse Ruy Carlos Ostermann, da rádio Gaúcha e do jornal Zero Hora.

Pena que, na tabela, o empate não tenha sido o resultado ideal. Mesmo assim, com a derrota do Inter para o Fluminense, ontem à tarde, o Coritiba está a apenas um ponto do time gaúcho. Em contrapartida, são seis pontos de diferença para o Cruzeiro, cinco para o Santos e quatro para o São Paulo. Com uma vitória sobre o Figueirense (domingo, às 16h, no Orlando Scarpelli) e um tropeço colorado contra o Corinthians, o Cori ganha a quarta posição. Ao mesmo tempo, um desastre em Florianópolis não muda a posição alviverde. O quinto lugar está assegurado, porque São Caetano e Atlético-MG (os que estão mais perto) não chegam.

Para o técnico Paulo Bonamigo, o resultado do campo perde em importância para o que representou a atuação coxa em Belo Horizonte. “Nós mostramos muita coisa que diziam que o Coritiba não tinha. Fomos ousados em todo o jogo, não tivemos medo de enfrentar o Cruzeiro e provamos o porquê de estarmos nessa posição”, comentou. “Nós encaramos o líder do campeonato de uma forma que ninguém fez jogando em Belo Horizonte”, elogiou o secretário coxa Domingos Moro.

Mudanças

Para enfrentar o Figueirense, o Coritiba perdeu o zagueiro Odvan e o volante Willians, que terão cumprir suspensão automática por terem levado o terceiro cartão amarelo. Com isso, os dois jogadores deixaram Minas Gerais e voltaram (via São Paulo) para Curitiba. Enquanto isso, três outros atletas seguiram para Florianópolis: o zagueiro Fabrício, o lateral Ceará e o volante Roberto Brum. Edinho Baiano, que ainda não se sente pronto para voltar a jogar, vai continuar o tratamento da luxação no ombro direito.

A ida dos três jogadores dá uma amostra de como Bonamigo pretende montar a equipe. Juninho, que ficou no banco quarta-feira, será o líbero, e Brum volta a ocupar a primeira função do meio. Ceará será reavaliado no treino desta tarde, e se reunir condições de jogo cria uma dúvida para Bonamigo – ou ele volta e Jackson vai para o meio, ou o lateral fica no banco e Lima permanece na equipe.

Tcheco pode ser coxa em definitivo

O negócio está avançando. A diretoria do Coritiba confirmou que a compra de 50% do passe de Tcheco está próxima de ser concretizada. Com isso, se garante a permanência do meio-campista no Alto da Glória por dois (ou mais) anos, mesmo que ele seja um dos atletas mais badalados do campeonato brasileiro.

O gol marcado no jogo contra o Cruzeiro valorizou ainda mais o jogador. “É um lance que eu treino bastante, e acabei sendo feliz na jogada”, comentou Tcheco, que foi considerado o melhor em campo no confronto de quarta-feira. Ele saiu com “mais mercado” que Lima, que chegou a Belo Horizonte ciente do interesse do time mineiro.

E, segundo a informação dos representantes de Tcheco, há quatro clubes brasileiros interessados no meia alviverde (fala-se no próprio Cruzeiro), além do Pachuca, do México, e do Basel, da Suíça. “Mas ele já decidiu que não deixa o Coritiba antes do final do Brasileiro”, confirmou o procurador Ruy Gel, que chegou a ir ao México para conversar com alguns clubes.

Além de ter uma dívida de gratidão com o Cori, Tcheco quer ficar no Brasil (e no Alto da Glória) porque tem esperança de emplacar uma convocação na seleção brasileira – Carlos Alberto Parreira já sondou Paulo Bonamigo sobre o jogador. A princípio, o próprio atleta tem consciência de que isso é difícil agora, mas que um bom final de Brasileiro pode ajudar – e muito.

Para a direção coxa, a compra do passe seria a formalização de um longo compromisso. “Se depende dessa aquisição a permanência do Tcheco no Coritiba, o Tcheco vai ficar no Coritiba”, disse o secretário Domingos Moro. “Vai ter uma novidade, uma grande surpresa nos próximos dias, mas eu não posso contar”, desconversou o jogador.

Nada

Em contrapartida, a diretoria alviverde disse não ter recebido nenhuma sondagem -nem mesmo de Ruy Gel – sobre a possibilidade de Marcel jogar na Turquia. “Não sabemos de nada, e por isso nem é interessante comentar o assunto”, afirmou Domingos Moro. Apesar de Gel esperar para hoje a oficialização das propostas, o próprio centroavante (que é o artilheiro do Cori no Brasileiro, com 12 gols) disse desconhecer o assunto. “Ninguém me falou sobre isso”, garantiu.

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