Luxemburgo vira alvo da mídia

Madri – Apesar de ter conquistado seis pontos em apenas cinco dias, o técnico do Real Madrid, Vanderlei Luxemburgo, já começa a ser alvo de críticas na Espanha, ainda que os primeiros ataques mais contundentes venham de jornais de fora da capital espanhola. Ontem, o jornal El Periodico, de Barcelona, acusou Luxemburgo de ser "o paradigma da feira de vaidades" que existe no Real com suas estrelas.

Segundo o jornal, o brasileiro "chegou prometendo resolver partidas em seis minutos, como se essa especialidade realmente existisse". Na última quarta-feira, o jogo contra a Real Sociedad serviu para completar a partida que havia sido disputada em dezembro e que foi suspensa por um alerta de uma ameaça de bomba. Os seis minutos foram suficientes para o Real Madrid marcar e dar esperança para a torcida. "Foi como se alguém chegasse e dissesse que era campeão mundial da modalidade dos 22 metros sem água. E não apenas é convencido, mas além disso as pessoas acreditaram nele. Assim é Luxemburgo. Mas como ganhou a partida, agora as pessoas acreditam que exista a especialidade de natação ao seco", atacou o jornal, que ironizou os conhecimentos de psicologia de Luxemburgo, supostamente superiores aos de "Freud e Jung juntos".

"Nada mudou. A equipe do Real continua desaparecida. Não existe. É a vulgaridade elevada à enésima potência, salvo seu goleiro Casillas e seu goleador Ronaldo, sempre seguros", afirmou o diário, referindo-se à partida de domingo contra o Atlético de Madrid, que deu um sufoco no time de Luxemburgo, mas acabou perdendo por 3 a 0. Mesmo os jornais de Madri tiverem de reconhecer que Ronaldo, com seus dois gols, e as inúmeras intervenções de Casillas salvaram o time de Luxemburgo.

Média

Os números da partida mostram que pouco mudou em relação à média do Real. O time de Luxemburgo deu apenas seis chutes ao gol, contra uma média de 12,9 por jogo desde o início do campeonato. Ficou abaixo da média também no que se refere à posse de bola e perdeu mais bolas que sua média das outras partidas. A diferença foram os gols de Ronaldo, que resolveu jogar e foi elogiado por todos, do Barcelona aos próprios adversários do Atlético.

O jornal esportivo Marca, embora não critique Luxemburgo diretamente, ironizou ontem o uso de seu walkie-talkie no estádio para falar com seu auxiliar e questionou se o técnico de fato conseguia ouvir alguma coisa diante do barulho da torcida do Atlético.

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