Levir quer esconder os jogadores da confusão

Em meio a uma guerra de bastidores entre o Santos (encampado por setores da imprensa paulista) e Atlético pela disputa do título brasileiro, o técnico Levir Culpi resolveu criar uma blindagem sobre os jogadores, para evitar que algum resquício do tiroteio verbal atinja o time em campo.

A primeira medida é impedir que os atletas falem sobre o assunto. A segunda, é manter a concentração na competição e foco no jogo contra o Palmeiras, às 18 horas de sábado, em São Paulo.

“Os jogadores não deverão dar entrevistas se posicionando a respeito desses problemas extra-campo. Nós já conversamos, eu acho que é assim que tem que ser, mesmo, e a diretoria é que tem que tomar as providências”, revelou o treinador rubro-negro. Segundo ele, os atletas e a comissão técnica precisam ficar concentrados somente na parte esportiva. “Temos que trabalhar dentro de campo e estamos focados nisso. O melhor é cada um fazer sua parte a nossa parte é dentro de campo”, apontou.

De acordo com ele, o Furacão não pode ser prejudicado e o clube precisa brigar até o fim. “Eu acho isso, mas cada um na sua. Nós temos uma diretoria competente, que está brigando na parte extra-campo e nós vamos brigar no campo, que é o nosso compromisso”, destacou. Mesmo assim, o treinador está temeroso com as punições que podem vir, não só para o Atlético como para outros clubes. “É uma situação muito difícil de se administrar (o circo criado por um programa de televisão). Espero que haja um bom senso e que o campeonato continue normalmente”, disse.

Ao mesmo tempo que acompanha os bastidores, Levir iniciou efetivamente ontem os trabalhos técnicos para a partida contra o alviverde paulista. O maior desafio do treinador é fazer a equipe jogar como vinha jogando antes de empatar com Juventude e Paraná Clube, na sequência. “O time não caiu de produção. O Atlético é o alvo e, automaticamente, a mobilização dos adversários é maior”, pondera.

Sem poder contar com o atacante Dagoberto, o treinador deverá promover Dênis Marques como novo titular do ataque, ao lado de Washington. No entanto, ontem, ele realizou várias experiências e utilizou Fernandinho na ala, no meio e no ataque. William no meio e na ala e até Morais pelo meio, entre os titulares. De certo, mesmo, só a volta do zagueiro Marcão.

Julgamento marcado pra Sexta

A procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) marcou pra sexta-feira o julgamento do Atlético pelos objetos arremessados a campo na Arena na partida contra o xará de Minas Gerais. O tribunal aceitou a denúncia feita no programa de tevê Terceiro Tempo, da Rede Record, que explorou imagens de um copo d’água e um rolo de papel higiênico jogados ao gramado do Estádio Joaquim Américo. O Rubro-Negro está incurso no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) e pode perder até três partidas de mando de campo no Campeonato Brasileiro, além de multa em dinheiro.

Ontem mesmo, o STJD definiu que o caso será julgado pela comissão disciplinar 4, com os quatro membros do Rio de Janeiro. Caso a comissão considere o Furacão culpado, a pena pode ir de 1 a 3 partidas e multa variando de R$ 50 mil a R$ 500 mil pelos objetos atirados ao gramado.

No entanto, o clube tem uma boa chance de defesa, caso consiga comprovar que o copo d’água e o rolo de papel higiênico (que geralmente não é considerado como agressão) foi um ato isolado de apenas um torcedor e que o responsável foi detido pela Polícia Militar ou pelos seguranças do clube. “O Atlético espera absolvição no caso porque considera que as condições de prevenção na Arena são muito melhores que os outros estádios, como, por exemplo, o Independência e a Vila Belmiro”, diz a nota oficial expedida pelo clube.

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