Juninho sonha em disputar o mundial

Rio – A boa fase no Lyon, da França, a regularidade nos últimos anos e a ótima atuação contra a Hungria, com toque de bola inteligente, rápido, sempre em busca de um novo ataque, credenciaram Juninho Pernambucano a ganhar uma vaga de titular na seleção brasileira. Ele já vinha fazendo parte do grupo seleto de Carlos Alberto Parreira havia mais de um ano. Mas, desde que o treinador voltou a assumir a seleção, em janeiro de 2003, nunca começara jogando.

Curiosamente, recorre à memória para contar por quanto tempo esteve em campo com a camisa do Brasil nas últimas partidas. “Foram 18 minutos no jogo com o Uruguai (3 a 3, pelas eliminatórias do mundial, em novembro) e mais ou menos 30 minutos no empate com o Paraguai (0 a 0, em 31 de março deste ano, pelas eliminatórias).”

Nesta entrevista para a Agência Estado, por telefone, Juninho Pernambucano, de 29 anos, fala, entre outras coisas, da expectativa de finalmente disputar um mundial e de sua experiência profissional no Lyon.

Agência Estado – Como se sentiu ao passar a atuar um pouco mais recuado no Lyon, como volante?

Juninho – Eu me adaptei bem. Sempre fui meia armador, com o objetivo de dar ritmo à equipe. Foi assim no Vasco (onde jogou de 1995 a janeiro de 2001). Ano passado, o treinador do Lyon me escalou mais atrás. Acho que aprovei, até porque foi atuando nessa posição que voltei à seleção.

AE – E qual o segredo de um volante para ser um dos principais artilheiros de seu clube?

Juninho – A liberdade de buscar o ataque quando o time está bem compactado. Na temporada passada, marquei 13 gols. E na atual, até agora, já fiz 15 gols – oito pelo campeonato francês, sete pela liga dos campeões e dois pela Copa da França. Acredito que os volantes só de contenção estejam acabando. As equipes estão optando pela qualidade no toque, na saída de bola.

AE – Ser escalado como titular na seleção pode ser um sinal de que estará na Copa do Mundo de 2006?

Juninho – Vivo essa expectativa desde 1998. Mas não quero pensar muito nisso. O importante é trabalhar bem no Lyon e na seleção, quando for chamado. Meu último jogo do Brasil como titular havia sido contra a Venezuela, em 2000, pelas eliminatórias do mundial de 2002. De lá para cá, foram algumas convocações esparsas até a chegada do Carlos Alberto Parreira. Ainda assim, atuei poucos minutos em algumas partidas.

Ganhei, porém, confiança e sei que posso ser útil à equipe. Fiquei muito contente de ter sido escalado desde o início contra a Hungria, uma prova de reconhecimento ao meu trabalho.

AE – Ainda guarda uma ponta de frustração por ter ficado fora do mundial de 2002?

Juninho – Fica sempre um pouco. Sei que passei perto daquele grupo. Em 1998, também estive por integrar a seleção – foi o Zico que me disse isso depois. Mas, na época, sofri uma contusão no Vasco, o que me prejudicou.

Como tem sido a experiência no Lyon?

Juninho – Vim para cá no início de 2001 e só obtive alegrias. Meu time é bicampeão francês e está próximo do tricampeonato. Também ganhei duas vezes a Copa dos Campeões da França – torneio em que se enfrentam os vencedores da Copa da França e do campeonato francês.

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