Franceses comparam Henry a Ronaldo

Quando a Copa das Confederações começou, a grande expectativa dos franceses era de que uma vitória de sua seleção serviria para apagar, pelo menos em parte, a péssima imagem deixada na Copa do Mundo. No Japão e na Coréia a França foi eliminada na fase de classificação sem marcar gols. Porém, a morte do jogador camaronês Marc-Vivien Foe, quinta-feira, na partida contra a Colômbia, acabou com o aspecto competitivo do evento. Assim, ontem, 24 horas depois de sua seleção conquistar o título, os franceses não celebravam o time.

Optaram, sim, por festejar o atacante Thierry Henry, considerado o melhor jogador da competição.

A empolgação do público e da crítica com o futebol demonstrado pelo atacante foi tanta que provocou até exageros. O maior deles foi compará-lo ao brasileiro Ronaldo, do Real Madrid. Mas não faltaram analogias a Platini e Zidane. As comparações, claro, não diziam respeito exatamente a capacidade técnica ou estilo de jogo. Levavam em conta a importância do atleta para a seleção naquele momento. E Henry, hoje, é considerado o principal nome do futebol da França.

E não foi apenas pelas jogadas e gol demonstrados no campo. Por ser negro, o jogador centraliza também boa parte da campanha anti-racismo que os europeus tentam espalhar pelo continente. Prova disso foi a iniciativa da Fifa de fazer com que as seleções entrassem no gramado portando grandes faixas que traziam a inscrição “Não ao racismo”. A única exceção foi a partida final. Toda e qualquer tipo de ação visou a homenagear Foe.

Decepção

O grande problema da edição 2003 da Copa das Confederações foi o baixo nível técnico das equipes. Conseqüência direta da ausência das maiores estrelas. Até mesmo os donos-da-casa pouparam o ídolo Zidane, que disputava a final do campeonato espanhol pelo Real Madrid.

O mesmo aconteceu com os brasileiros Ronaldo e Roberto Carlos. Aliás, sem poder contar com alguns de seus principais jogadores e tendo em mãos um grupo provisório, que se reuniu no aeroporto, o técnico do Brasil, Carlos Alberto Parreira, não conseguiu evitar que a seleção pentacampeã mundial terminasse a competição sem um título.

Embora não oficial, não existia torcedor em Paris que não apontasse o desempenho do Brasil como a maior decepção do torneio.

Cartolagem

A realização da competição na França foi um bom pretexto para os dirigentes tomarem algumas decisões importantes. Ao contrário do que ocorre em cidades sem grande atrativos turísticos, marcar reuniões em Paris é certeza de presença máxima.

E foi nesse clima que a cartolagem do futebol mundial aproveitou para esclarecer alguns pontos importantes. O primeiro é o fato de a próxima Copa do Mundo ser disputada por 32 seleções. Em seguida, a manobra sul-americana que retirou a vaga da Oceania. Agora, o campeão daquele continente volta a participar de uma repescagem. Só não foi definido se em jogo de ida e volta contra o quinto colocado das Eliminatórias da América do Sul ou se em um quadrangular que reuniria ainda representantes da Ásia e da Concacaf (América Central e do Norte).

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