Graças aos pneus supermacios da Pirelli, a Ferrari pôde comemorar ontem, pela primeira vez no ano, a presença no topo de uma lista de tempos da F-1. E foi apenas na 22.ª sessão da temporada, considerando que são quatro os treinos por etapa – três livres e um de classificação.
Fernando Alonso registrou a melhor volta de ontem na abertura do GP de Mônaco, sexta prova do Mundial. Um alívio para um time em crise, que no início da semana afastou das funções seu projetista, Aldo Costa, jogando na conta dele o mau desempenho no campeonato.
Pela manhã, a lógica prevaleceu com Sebastian Vettel, líder absoluto da classificação, fechando o treino na frente. Mas de tarde, com todos usando a borracha supermacia que estará disponível nesta e nas próximas duas corridas, em Montreal e Valência, foi o espanhol quem cravou o tempo de 1min15s123, deixando para trás, pela ordem, Hamilton, Rosberg, Button, Vettel e Massa no grupo dos seis mais rápidos.
Alonso não atribuiu aos pneus, no entanto, seu começo com o pé direito em Monte Carlo. “Aqui, aerodinâmica conta menos. Numa pista de média de velocidade baixa, alguns defeitos acabam sendo ocultos por um bom motor e uma boa aderência mecânica.
E tem o lado do piloto, também. Em Mônaco é preciso se sentir bem no carro e ter confiança. Foi assim comigo hoje (ontem). Mas não podemos comemorar nada ainda. A gente nunca sabe o que a Red Bull pode estar escondendo.”
Em geral, os pilotos gostaram dos pneus para o Principado. Eles gastam menos do que se imaginava e é possível pensar numa corrida com duas paradas. Três, no máximo.
Segundo a Pirelli, os macios são entre 1s2 e 1s4 mais lentos por volta que os supermacios. Mas a diferença de desgaste é pequena, e por isso a ordem, amanhã, é guardar os “chicletes”, usando poucos jogos na classificação.
O GP de Mônaco não deverá ser pródigo em ultrapasagens como os primeiros do ano, por conta das dificuldades inerentes a qualquer pista de rua, estreita, travada e ondulada.
A FIA vai permitir o uso da asa móvel, na corrida, na reta dos boxes, apenas – e não no trecho de maior velocidade da pista, o Túnel, porque é perigoso demais. Hoje é dia de folga no Principado, tradição da prova.
Os carros voltam à pista amanhã para mais um treino livre e, a partir das 9h, decidem o grid de largada. Alonso deve entrar na briga pela pole contra Vettel, que largou na frente em quatro das cinco corridas do ano.
Assim como ele, estão otimistas os pilotos da McLaren, especialmente Hamilton. “Eu adoro correr aqui, adoro a pista, adoro o lugar, adoro tudo!”, disse, numa euforia incontida. “Quero ganhar esta corrida!”. Lewis já dissera, no início da semana, que julga sua equipe a única capaz de derrotar a Red Bull neste ano. Está animadinho.