Previsão otimista

Especialista diz que futuro do Atlético será perfeito

O balanço financeiro apresentado pelo Atlético na quarta-feira pode ser interpretado de duas maneiras. A primeira de mais fácil e rápida conclusão ao se olhar os resultados – com pessimismo, afinal os números finais realmente preocupam. De acordo com o documento, auditado de maneira independente, houve um déficit de R$ 6.497.075 em relação ao ano anterior. Aliás, em 2012, o clube teve o maior superávit da história do futebol brasileiro: R$ 122.813.818. Contudo, o otimismo pode dominar a conclusão de uma análise um pouco mais apurada dos números.

Pelo menos essa é a visão do consultor em marketing e gestão esportiva Amir Somoggi, colunista do site futebolbusiness.com.br. Para ele houve uma indiscutível melhora esportiva no clube. Embora ainda esteja num período de transição criado pelo exílio forçado enquanto as obras da Arena da Baixada acontecem, as contas do clube devem se acertar nos próximos anos. “As receitas devem crescer muito, talvez não ainda em 2014, mas de 2015 em diante. Camarotes, naming rights (patrocínio atrelado ao nome do estádio), patrocínios e a exploração da Arena”, explicou à Tribuna 98.

De acordo com Somoggi, a grande vantagem do Atlético é a livre administração que terá da Arena a partir de seu término. Mesmo que tenha novas dívidas adquiridas para a construção do estádio, os valores que devem entrar no caixa poderão ser suficientes para equilibrar as contas. “Hoje o clube tem dívidas pelos empréstimos que foram realizados e terá despesas a partir disso, o que é uma nova realidade no clube. Em contrapartida, não terá que dividir essa receita com ninguém, enquanto outros clubes como Grêmio, Inter, Corinthians e Palmeiras terão seus estádios administrados por parceiros. O Atlético estará independente, com suas receitas e despesas”. Para o consultor, se hoje a situação está pior, após a Copa “seguramente será melhor”.

O ponto mais positivo do balanço, segundo Somoggi, é o investimento destinado ao futebol. De 2012 para 2013 o clube saltou dos cerca de R$ 63 milhões para R$ 87 milhões anuais. O equilíbrio das receitas deixa um clima de tranquilidade nas finanças do clube, já que os valores recebidos pela TV foram mantidos, assim como o arrecadado pelos sócios (que cresceu de R$ 9,4 milhões para R$ 10,3 milhões).