Eleição no Atlético não deve ter oposição

As eleições presidenciais no Atlético, que acontecem na primeira quinzena de dezembro, prometem passar quase que despercebidas, principalmente pela ausência de uma oposição no clube. Mesmo num ano tumultuado e de relacionamento difícil entre diretoria e torcida, que refletiu no pífio desempenho do time em campo no 1.º semestre, parece que nenhuma voz se levantará para um embate contra o grupo comandado pelo presidente do Conselho Deliberativo, Mário Celso Petraglia. Aliás, grupo que está no poder desde 1995 – com alterações – e que é responsável pela transformação do clube em uma potência esportiva, principalmente na parte estrutural e de patrimônio.

No Atlético ainda não se fala no processo eleitoral e também é desconhecida a existência de opositores. Por isso, tudo indica que a eleição que definirá o comando rubro-negro para o biênio 2008/09 terá chapa única. Até o momento, os únicos murmúrios dão conta que Petraglia deixará o conselho deliberativo para assumir a presidência efetiva do clube.

O atual presidente, João Augusto Fleury, considera inoportuno comentar sobre as eleições antes do término da participação do Atlético no Brasileirão. O clube ainda precisa de uma vitória para assegurar vaga à Copa Sul-Americana no próximo ano. Na época do lançamento da maquete de conclusão da Arena da Baixada, no CT do Caju, o presidente conversou rapidamente sobre sucessão eleitoral. Disse que não seria candidato à reeleição, mas que não se afastaria do clube. Portanto, a probabilidade de Fleury assumir alguma vaga no conselho deliberativo existe. O presidente complementou afirmando que a sua administração tinha como objetivo estruturar o clube e sem endividamento, o que foi feito. Sobre sucessão limitou-se a dizer que quem quiser assumir a presidência necessita ter compromisso com o clube e avisou que a atual administração tem um projeto para o Atlético, que está em implantação.

A afirmação de Fleury coincide com o antigo desejo de Petraglia que é ver a Arena da Baixada concluída. Presume-se que enquanto isso não ocorrer, o homem-forte do Atlético e seu grupo não devem se desvencilhar do comando do clube.

O edital de convocação para as eleições tem que ser publicado até o próximo dia 3 de dezembro.

Não tem ninguém insatisfeito

Ex-presidentes do Atlético não acreditam em mudanças no comando do clube. Para Valmor Zimermman, que dirigiu o Rubro-Negro em 1984 e 1985, não há oposição porque os atleticanos estão satisfeitos com a atual administração. Assim, não foram formadas correntes opositoras no decorrer dos últimos anos. ?Se houvesse insatisfação grande por parte dos atleticanos, com certeza haveria oposição?, concluiu. O ex-presidente destacou o empenho da atual diretoria para criar uma forte base patrimonial, a qual classificou de brilhante. No entanto, para o próximo biênio acredita que quem assumir o comando do Furacão deverá pensar mais no futebol. ?O atleticano quer títulos. Agora é hora de fazer futebol?, disse. E para voltar a comemorar triunfos, Zimermman dá uma dica. ?Manter a base e fortalecer a equipe. O Atlético não pode querer montar um novo time a cada ano?, finalizou o dirigente que dedicou inúmeros anos ao clube paranaense.

O ex-presidente Marcus Coelho, que está desvinculado da vida política do Rubro-Negro, já havia dito à imprensa que não tem interesse em retornar à direção do clube e que nada tem contra a atual administração. Na gestão de Coelho, o Furacão conseguiu sua maior façanha: o título de Campeão Brasileiro em 2001 e também o tricampeonato estadual.

Futuro

Se nomes fortes e que marcaram a história do Atlético não têm pretensão de retornar a dirigir o clube, oposição a Mário Celso Petraglia somente daqui há alguns anos e se um novo grupo formado por pessoas com poder de decisão se dispor a ceder tempo e trabalho ao crescimento do Rubro-Negro.

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