Coxa é ?enterrado? na Baixada

Agora, a alegria dos atleticanos parece que ficou completa.

As ?forças? que agiam contra o Coritiba eram tantas que, mesmo com muita resistência e reza, seria difícil o time se livrar da segunda divisão. Porém, mais forte que a torcida contra, durante todos os minutos dos três jogos simultâneos – São Caetano x Cruzeiro; Ponte Preta x Brasiliense; e Coritiba x Internacional -, foram as comemorações sobre o rebaixamento do Coxa.

?Ficamos torcendo, primeiramente, pela queda do Coritiba. Não interessa se o Atlético vai ganhar ou perder, ficar em sexto ou em último

no campeonato. Vamos ficar felizes por mais 200 anos. Não é maldade, mas uma rivalidade sadia?, garante Júlio César Sobota, presidente da torcida organizada do Atlético, Os Fanáticos. Assim como todos os atleticanos que participavam da festa do rebaixamento, Júlio ignorava que o time perdia de 3 a 1 para o São Paulo.

Na sede da torcida, os jogos eram acompanhados por uma televisão pequena, mas a quantidade de atleticanos que deliravam a cada gol do São Caetano e da Ponte era grande: pelo menos 300 pessoas, somente na sede da torcida. Em frente à Arena da Baixada, pelo menos outros 200 atleticanos assistiam aos jogos pelo telão.

As canções que embalavam o rebaixamento do Coritiba também tinham as mais variadas, todas cantadas com muita ?comoção?: ?A, é, i. O Coxa vai cair?; ?Ai, ai, ai, ai, está chegando a hora…?; ?Olê, lêa. Cadê, Coxa??. Estranhamente, havia até atleticanos que carregavam faixas alviverdes.

A atitude era justificada quando lia-se o texto:

?Coxa. Rebaixado, 2005?.

Mal os jogos terminaram, os fogos começavam a ser estourados e a torcida atleticana – homens e mulheres, de todas as idades – ia à loucura. ?É inexplicável.

É como se o Atlético tivesse sido campeão?, afirma Elisângela Gabardo, 28 anos. Júlia, de quatro meses, também participava das comemorações, uniformizada no colo da mãe, Adriana Sartori. ?É muito bom. A família toda está aqui?, diz a mãe. Amaral, de 67 anos, também estava satisfeito com o rebaixamento. ?O Coritiba voltou para o lugar de onde não deveria ter saído: a Segundona?, comemora o atleticano.

No entanto, foi somente quando o apito final e saiu oficialmente a ?sentença de morte?, que a alegria foi total. ?Significa tudo para nós. Pode anotar aí. O Coxa caiu e metade de Curitiba está contente?, garante o atleticano Anderson Campos, 27 anos, que com os demais, saiu carregando o caixão do finado Coxa, da Arena da Baixada até a sede dos Fanáticos, onde a festa terminou no domingo. Hoje, os Fanáticos pretendem continuar com as ?cerimônias?. ?À tarde, vamos fazer o enterro do Coxa e uma passeata a pé, daqui (Baixada) até o Homem Nu?, anuncia Júlio.

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