A taça veio

Bacellar superou crise interna e críticas pra poder comemorar um título como presidente

Bacellar, enfim, pode gritar 'É campeão' como presidente do Coritiba. Foto: Albari Rosa

Quando Rogério Portugal Bacellar foi eleito presidente do Coritiba, em 2014, o clube vinha de um ano complicado, fora da final do Campeonato Paranaense e escapando do rebaixamento no Campeonato Brasileiro na última rodada. Porém, o retrospecto recente era positivo. Na antiga gestão, o Coxa foi tetracampeão estadual, entre 2010 e 2013, e conquistou o título da Série B, em 2010.

Desde que a nova diretoria assumiu, o Alviverde teve que amargar dois vice-campeonatos do Paranaense que ficaram com um sabor amargo. Em 2015, perdeu para o Operário, enquanto em 2016 o título ficou com o rival Atlético, com ambas as finais sendo no Couto Pereira. 2017, então, era a última chance de Bacellar faturar um título frente ao clube, uma vez que não será candidato à reeleição no final do ano. E a taça, enfim, veio. E com um sabor especial.

Tentando equilibrar as contas do Alviverde, Bacellar em nenhum momento fez contratações fora da realidade. O objetivo era deixar o time dentro da realidade financeira. Isso desde 2015. Mesmo assim, o domínio estadual era grande. Nos três anos da ’era Bacellar’, o Coritiba terminou bem a primeira fase e chegou de certa maneira tranquila no mata-mata. Mas, nas duas primeiras temporadas, curiosamente perdeu todos os jogos da decisão, por 2×0 e 3×0.

Para 2017, o Coxa garimpou nomes como o volante Matheus Galdezani, o lateral-esquerdo William Matheus e o zagueiro Werley, que estavam em baixa no mercado. Apostou no meia Anderson, que estava encostado no Internacional. E trouxe de volta Henrique Almeida, destaque do Verdão em 2015. Sem investir muito, o clube conseguiu formar um elenco que encaixou muito bem após Pachequinho assumir o lugar do demitido Paulo César Carpegiani. Tudo com o dedo do presidente.

Em todos esse tempo, aliás, Bacellar aguentou firme e sofreu altos e baixos. Chegou apoiado pela torcida, mas os maus resultados rapidamente fizeram com que esse apoio se transformasse em cobranças. Nos bastidores, viu o G5 formado para as eleições se desmoronar em meses de gestão e teve que lidar com algumas crises internas, como o ’Escândalo do Whatsapp’, onde diretores e funcionários do clube reclamavam do presidente.

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Para melhorar a marca do Coritiba, o presidente contatou o campeão mundial Juliano Belletti, como diretor de relações internacionais. O novo funcionário tentou trazer o meia Ronaldinho Gaúcho, que não aceitou a proposta coxa-branca, e a situação se tornou alvo de críticas.

Com o título conquistado, Bacellar transforma tudo isso em passado e reconquista a confiança da torcida. Para os próximos sete e últimos meses como mandatário alviverde, ele agora terá um respaldo de, enfim, levantar um troféu e seguir a linha dos seus antecessores – o último presidente que ficou no cargo sem título foi Francisco Alberto de Araújo, entre 2001 e 2002.