Coritiba tenta vencer o Corinthians no Morumbi

Cautela e caldo de galinha não faz mal a ninguém. Vencer o Corinthians amanhã, às 16h, no Morumbi, representa muito para o Coritiba. Vale, acima de tudo, para voltar a se aproximar dos líderes – e, saída dessa importância, aparece outra: a necessidade de estancar as derrotas. E evitar a repetição da história do ano passado, quando o Cori chegou na liderança do Brasileiro, e dali em diante não conseguiu mais ser o mesmo.

Quem viveu aqueles momentos intensamente acaba encontrando até semelhanças entre 2002 e 2003. “Se você for ver, nós começamos a perder quando fomos enfrentar os paulistas”, relembra Tcheco, titular alviverde nas duas competições. É verdade: ano passado, após assumir o primeiro lugar ao vencer a Portuguesa, o Coritiba perdeu para São Caetano e São Paulo, entrando em uma série de seis partidas sem vitória.

Agora, o Cori atingiu a terceira posição ao derrotar o São Caetano, mas duas derrotas (para Santos e São Paulo) fizeram a equipe cair para a quinta posição. Sorte que as duas últimas rodadas foram favoráveis: apenas dois times (Santos e Internacional) deixaram o Coxa para trás, minimizando os efeitos de um momento ruim na campanha alviverde.

Sem desespero

Para o técnico Paulo Bonamigo e para os jogadores, as últimas partidas tiveram características especiais. “Enfrentamos, fora de casa, o vice-campeão da Libertadores. O Santos é uma grande equipe”, relembra o treinador. “Quando estava tudo preparado para o jogo contra o São Paulo, o Bonamigo perdeu o Jackson”, diz Tcheco. “Jogar sem seis titulares é complicado”, completa Reginaldo Nascimento.

E, até por isso, todos garantem que não há desespero. “Temos que melhorar, mas o Brasileiro vai ser assim. Ninguém vai ficar sem perder”, reconhece Bonamigo. “Quando se vence seguidamente, fica todo mundo mal-acostumado”, afirma Nascimento, para depois reafirmar. “Mas eu acredito no Coritiba. Nós chegamos nas primeiras posições porque temos qualidade”, garante o volante.

Mesmo assim, é melhor retomar o caminho das vitórias. Se possível, no Morumbi – mas sem pressão. “Se formos para lá pensando que é obrigação vencer o Corinthians, aí é que não vamos ganhar. Vamos preparados para um jogo difícil”, diz Reginaldo. “A pressão vai ser do Corinthians, e nós vamos jogar com mais calma. Dá para reverter esse quadro no domingo”, acredita Tcheco. “Nós vamos respeitando o adversário, mas jogando para vencer”, finaliza Bonamigo.

Rendimento

Por enquanto, o aproveitamento do Coritiba contra os times paulistas é de 50%: vitórias sobre Guarani e São Caetano e derrotas para Santos e São Paulo. É uma porcentagem um pouco menor que a da equipe em toda a competição, que é de 52,94%. O ?ciclo? paulista do primeiro turno se encerra com dois jogos fora de casa – domingo, contra o Corinthians, e no outro final de semana, contra a Ponte Preta, em Campinas.

Paulo Bonamigo opta pelo entrosamento na defesa

Se é para mudar, que se mude para que fique tudo igual. A escalação do Coritiba para enfrentar o Corinthians, amanhã, no Morumbi, será a mais semelhante possível da base alviverde. As mudanças ficarão restritas às alas, já que os titulares Jackson e Adriano estão fora. De resto, volta o chamado “time ideal”, e as dúvidas dele parecem estar sendo sanadas.

Isso porque o técnico Paulo Bonamigo vai manter Danilo e Roberto Brum na equipe, deixando Willians no banco e sacando Odvan até mesmo do grupo que segue para São Paulo. “Todos os que não jogaram vão voltar. Alguns começam jogando, outros vão esperar pela oportunidade”, informa o treinador. Sobre Odvan, o posicionamento da comissão técnica é que ele ainda está se recuperando da contratura na coxa esquerda.

Assim, Reginaldo Nascimento e Tcheco estão voltando na partida de amanhã. E eles vão jogar nas posições de costume, pois Bonamigo dificilmente muda a estrutura tática da equipe. “Acho que o mais interessante é o entrosamento do time. Essa base joga junta há quase um ano”, justifica o técnico alviverde.

Isso se aplica ainda mais à defesa, que volta a ter o trio Danilo-Edinho-Nascimento. No pensamento de Bonamigo, o Corinthians virá com três atacantes, e jogar com Nivaldo pela esquerda poderia facilitar o ataque adversário. “Se eu jogar com três zagueiros de ofício, tenho que ficar com eles”, explica.

Apesar disso, Bonamigo testou ontem variações táticas, usando Nivaldo, avançando Reginaldo Nascimento para o meio-campo e sacando um atacante – tanto Lima quanto Edu Sales saíram da equipe em alguns momentos. Mais: durante quase a totalidade do trabalho, o time titular treinou com dez jogadores (Marcel não participou). A intenção do técnico era acertar a marcação e a saída rápida em contra-ataques.

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