Coritiba passa por cima do União

Não há crítica que resista a uma vitória. E muito menos a uma goleada. Com o 5×1 sobre o União Bandeirante, o Coritiba comprovou que compreendeu os problemas que tinha (e que o fizeram perder para o Roma) e provou que a classificação antecipada na Copa do Brasil fez muito bem. Além disso, o técnico Antônio Lopes percebeu que o esquema tático mais ofensivo é interessante neste Campeonato Paranaense e deve mantê-lo para as partidas desta semana, contra Rio Branco (quarta, no Fernando Charub Farah) e Paraná Clube (domingo, no Pinheirão).

Lopes não teve do que reclamar no sábado – ao contrário dos outros jogos, quando estava à beira de um ataque de nervos. O Delegado montou o Cori com uma formação ofensiva, com três armadores (já que ele mesmo considera Reginaldo Vital e Luís Carlos Capixaba jogadores dessa função). Mas a solução acabou sendo não a pretensa tática, mas a simples colocação dos jogadores nas posições certas – Vital sempre disse que rendeu melhor atuando como segundo volante, e Capixaba é no máximo o terceiro homem do meio. Com eles e Reginaldo Nascimento a marcar, Marquinhos ficou livre para criar.

E o Coxa rendeu como poucas vezes na "era Lopes". Do final do Paranaense 2004 para cá, o Coxa marcou três gols ou mais apenas em quatro partidas – nas vitórias contra Vasco (3×2), Cruzeiro (3×0) e Vitória (5×1) pelo Brasileiro e na goleada sobre o União. Em todas essas partidas, a ?coincidência? de jogadores certos estarem nas posições certas.

Mas, mesmo rendendo bem, o treinador sabe que o Cori precisa de mais. "Tivemos uma boa atuação, mas precisamos evoluir ainda mais. Fomos confusos no início do primeiro tempo, e isto nos fez ter problemas defensivos", admite o Delegado, que no entanto faz questão de ressaltar o que o time fez de bom. "Criamos as jogadas pelos lados do campo, fomos agressivos todo o tempo, e usamos enfim a velocidade com o Luís Carlos e o Marciano", ressalta Lopes.

Agora, ele pretende usar o período em Curitiba (duas semanas – o trabalho começa hoje, na reapresentação do elenco no CT da Graciosa) para corrigir os erros e focar o grupo nas duas partidas da semana: uma, contra um adversário sempre complicado, e outra, o clássico do Pinheirão. "Tenho certeza que a equipe vai evoluir ainda bastante", finaliza Antônio Lopes.

Pra agradar aos "jurados"

Dizem que uma escola de samba que não empolga a torcida, mas que agrada aos jurados faz um desfile técnico. Mal comparando, foi assim que o Coritiba passou pela "passarela" do Willie Davids na tarde do sábado de Carnaval. O time de Antônio Lopes venceu o União Bandeirante por 5×1, mostrou evolução tática e técnica (com destaque para o meio-campo) e recuperou-se por completo no Campeonato Paranaense.

O Coritiba entrou em campo com novidades. Sem Negreiros, lesionado, Antônio Lopes escalou de início a dupla Marciano e Luís Carlos.

O problema era a falta do "fator casa". Além de jogar em Maringá, a partida não tinha apelo por causa do Carnaval. Muitos que poderiam estar no Willie Davids não se interessaram pelo jogo, ou estavam envolvidos com festas e bailes "matinês" que aconteciam na região. Assim, Coritiba e União, mais que nunca, jogavam em campo neutro.

E, em campo neutro, a vantagem seria natural para o Coxa. Desde o início da partida os alviverdes buscavam o ataque – nos primeiros minutos, até desordenadamente. Com isso, o União conseguia oferecer perigo a Fernando, que teve que trabalhar em um arremate de Washington. A preocupação passou quando a trinca Marquinhos, Reginaldo Vital e Luís Carlos Capixaba, tal como uma comissão de frente, começou a trabalhar – no primeiro lance em que os três armadores participaram, Capixaba fez 1×0 para o Cori.

Ali o Coritiba conseguiu controlar a partida. Apesar de Marciano viver tarde ruim, o time tinha Luís Carlos entrando no ritmo da "trinca" do meio-campo. E foi com o centroavante, fazendo jogada de ponteiro, que surgiu o segundo gol alviverde na partida – Luís "pedalou", driblou o zagueiro e cruzou para Reginaldo Vital, que não acertou o arremate como queria. Mas foi melhor, pois assim Nivaldo foi vencido.

E como o Coxa estava em alta, até mesmo os "quesitos" mais falhos correspondiam. Marciano, que estava mal, marcou um belo gol arrematando de longe no final do primeiro tempo e outro abusando no início do segundo. Era o que bastava para a goleada "técnica" alviverde, que foi completada por Luís Carlos, aproveitando ótima jogada de Marquinhos. O União descontou com Diego, mas nada que atrapalhasse a festa coxa.

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