Copa 2014 em Curitiba está ameaçada

A intenção era louvável, mas a posição da bancada paranaense no requerimento para aprovação da CPI do Corinthians minou um pouco mais a candidatura curitibana para a Copa de 2014.

Na festa de premiação aos melhores do Campeonato Brasileiro, segunda-feira, no Rio de Janeiro, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, expôs seu desgosto com deputados federais e senadores paranaenses em conversa informal com o presidente da Paraná Esportes, Ricardo Gomyde. ?Extraí do presidente que o Paraná tem totais condições técnicas de sediar a Copa, mas não se empenha politicamente para garanti-la como outros estados?, reconhece Gomyde.

Das 210 assinaturas a favor da instalação da CPI na Câmara e no Senado, 16 eram paranaenses (ou 8%). A representação total do Estado no Congresso é de 5,5%. Por falta de três assinaturas na Câmara, a CPI mista que investigaria a lavagem de dinheiro no Timão e no futebol brasileiro como um todo foi arquivada no nascedouro.

O presidente da CBF jogou pesado para aniquilar a CPI, alegando que a investigação poderia até tirar a Copa de 2014 do Brasil. Parlamentares ouviram que se apoiassem a CPI seus estados ficariam fora do mundial. A justificativa de Teixeira foi rechaçada pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter, que não vetou investigações internas de corrupção.

No mesmo evento no RJ, o presidente da CBF elogiou o empenho do governador Aécio Neves em abafar a CPI. Minas Gerais foi o estado com mais desistências de apoio à Comissão de inquérito: 22.  Não por acaso, Minas briga por sediar o jogo de abertura do mundial. Os governadores de São Paulo, José Serra (PSDB), e do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), também dedicaram-se bastante a brecar a CPI.

O governador do Paraná, Roberto Requião, deixou sua bancada à vontade para decidir sobre a CPI. Assim, somente cinco parlamentares do Paraná retiraram suas assinaturas.  O deputado paranaense Dr. Rosinha (PT) foi um dos autores do requerimento pela abertura da CPI, ao lado do deputado Sílvio Torres (PSDB-SP).

O Paraná foi dos poucos Estados que não levaram representantes ao evento que confirmou a Copa do mundo no Brasil, em outubro, na Suíça. Em novembro, a Prefeitura de Curitiba anunciou um encontro entre o prefeito Beto Richa e Ricardo Teixeira no dia 4 de dezembro, mas a reunião não aconteceu. O cartola também evitou o encontro pretendido pelo vice-governador Orlando Pessuti, alegando falta de datas. Ontem, porém, Teixeira recebeu a governadora do Rio Grande do Norte, Wilma de Faria.

Além do lobby político, Teixeira mostrou-se preocupado com a crise na Federação Paranaense de Futebol, que em 2007 teve duas trocas de presidente e a prisão de nove ex-dirigentes.

Curitiba é uma das 18 cidades candidatas a sediar o mundial de 2014. Em julho de 2008, a Fifa anuncia as 10 ou 12 sedes.

Voltar ao topo