Tapetão

Confusão, jogo de empurra e decisões de última hora definem sequência do Paranaense

Foto: Antonio More/Arquivo.
Foto: Antonio More/Arquivo.

O futebol paranaense vive, realmente, um ano complicado. A possível paralisação do Estadual foi mais um jogo de empurra-empurra e que por pouco não complicou a vida dos clubes que vão iniciar, neste domingo (2), a disputa das quartas de final da competição. Foz, Rio Branco e Toledo pediram medida cautelar para paralisar o Paranaense enquanto o caso envolvendo o atacante Getterson e a possível perda de 16 pontos do J. Malucelli não fosse julgada no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O órgão, no entanto, negou a liminar, mas ainda é possível que o Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-PR) acate o pedido e nesta sexta-feira (31), somente dois dias antes do início da próxima etapa do torneio, paralise o certame. Isso indica que, no julgamento, que deve ocorrer na semana que vem, o Jotinha não deverá ser penalizado e permanecerá com sua pontuação atual na classificação.

Apesar do plantão dos advogados dos clubes interessados na sede do TJD-PR, o órgão não se pronunciou. Uma medida que prova a fragilidade do futebol paranaense por parte daqueles que o comandam. O presidente da entidade, Leandro Rosa, estaria em viagem ao interior do Estado e, por isso, não teria tomado nenhuma decisão. Já o presidente do STJD, Ronaldo Piacenti, que negou a liminar, explicou que não há motivos relevantes que possam prejudicar o andamento do Estadual.

“Neguei o pedido de liminar da paralisação do Campeonato Paranaense. Entendo que não há prova robusta ou qualquer motivo tão grave que possa paralisar essa competição”, afirmou o presidente do STJD, em entrevista à Rádio Banda B. “Prevaleceu a competição. Se amanhã surgir alguma coisa, óbvio que o Tribunal vai se manifestar e a Federação vai, de alguma forma, amoldar a competição. No momento, o melhor é manter a competição”, prosseguiu.

A impressão que deu é de que nem STJD e, muito menos o TJD-PR quiseram chamar a responsabilidade para definir a paralisação do Estadual. Então, às 16h, ou seja, 72 horas antes da rodada, a Federação Paranaense de Futebol (FPF) homologou a rodada e confirmou a realização de todas as partidas de ida das quartas de final para as 16h de domingo (2). Logo depois, saiu a escala de arbitragem dos duelos. Tudo dentro da lei e conforme prevê o Estatuto do Torcedor.

A falta de informação sobre a realização ou não dos jogos também afetou os clubes, seja para a venda de ingressos ou ainda para a definição da janela de imprensa, que sempre acontece antes dos jogos, e até mesmo as viagens. Os três clubes marcaram as entrevistas para os períodos da manhã e da tarde e o Atlético, inclusive, através do seu site oficial, confirmou o início da venda dos ingressos para o clássico contra o Paraná Clube para as 10h desta sexta-feira (31).

Para o Furacão, inclusive, é interessante que as quartas de final do Campeonato Paranaense comecem neste final de semana. O clube vai jogar somente no dia 12 de abril diante do Flamengo, pela Libertadores, no Rio de Janeiro. Assim, até lá, poderia usar o que tem de melhor diante do Tricolor, sobretudo na partida de domingo, na Arena da Baixada, para conseguir a classificação para a próxima etapa do Estadual.

O Coritiba, que viaja até Cascavel para duelar diante da Serpente, precisou esperar a decisão do STJD para organizar sua logística para o oeste do Estado. O clube corre contra o tempo, agora, para tentar encaixar o elenco com passagens aéreas para o duelo no Olímpico Regional. Há a possibilidade de a delegação ser dividida e de os jogadores viajarem de avião e a comissão via terrestre.

Entenda o caso

O caso envolvendo a possível escalação irregular do atacante Getterson começou ainda no início do Campeonato Paranaense. O J. Malucelli não teria reativado o contrato do jogador, que estava no futebol dos Estados Unidos e seu nome apareceu no Boletim Informativo Diário (BID) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) somente depois da terceira rodada.

A FPF fez a denúncia e, no primeiro julgamento, o Jotinha perdeu 16 pontos. A equipe do Barigui recorreu da decisão e, em novo julgamento realizado pelo Pleno do TJD-PR, o resultado foi revertido e o J. Malucelli recuperou os pontos. A Procuradoria recorreu e o caso foi parar no STJD. O julgamento, no entanto, não foi marcado. Foz, Rio Branco e Toledo, interessados na punição do time de Curitiba, entraram com uma medida cautelar tanto no TJD-PR, quanto no STJD, para suspender o campeonato enquanto o caso não é julgado no Rio de Janeiro. Ao que tudo indica, esses clubes ficarão mesmo de fora da segunda fase do Paranaense e o Porco jogará a segunda divisão do futebol estadual de 2018.