Em busca de paz

Em meio a um momento turbulento, Atlético tenta focar só no futebol

Arena da Baixada vem sendo o grande problema do Atlético no ano, Dentro e fora de campo, Foto: Albari Rosa

Um período turbulento. Assim se resume rapidamente como o Atlético viveu a semana passada. Em busca de paz, depois de muita tensão e de uma maior mobilização das correntes contrárias a atual diretoria, o Furacão volta a pensar no Campeonato Brasileiro e no jogo da quarta-feira (11), às 19h30, diante do Atlético-GO. A partida será na Arena da Baixada, que foi o epicentro de mais um terremoto rubro-negro.

O aluguel da Arena e a posterior quebra de recorde de público do estádio na partida entre Paraná Clube e Internacional, na última terça-feira (3), entornaram o caldeirão de tensão entre parte da torcida e a diretoria do Furacão. A revolta generalizada pelo aluguel, pela marca atingida pelo Tricolor e principalmente pela liberação completa para a galera paranista (que não precisou passar pela biometria e teve a organizada Fúria Independente autorizada a levar materiais, camisas, adereços e bandeiras) fomentaram uma nova articulação, que reúne inclusive lados que foram opostos na eleição de 2015.

Derrotados no pleito por Luiz Sallim Emed e Mário Celso Petraglia, os líderes do grupo “Atlético de Novo” se aliaram com a torcida organizada Os Fanáticos, e dessa união surgiu um manifesto que pede a realização de uma Assembleia Geral de sócios, prevista no estatuto do Rubro-Negro desde que um quinto dos sócios assinem a moção. Segundo a oposição, seriam necessárias cerca de três mil assinaturas, o que aponta um número de sócios próximo de 15 mil – uma redução em comparação aos anos passados.

O manifesto aponta uma série de assuntos a serem discutidos, praticamente fazendo um plebiscito sobre a atual gestão. Estão citados desde a expulsão do ex-presidente Marcos Malucelli (que para o grupo deve ser revista) até a cor das cadeiras da Baixada. E, claro, tratando dos aluguéis da Arena, as contas da Copa do Mundo, a biometria e a proibição às torcidas organizadas.

Enquanto age nos bastidores para tentar levar o Conselho Deliberativo a convocar a Assembleia Geral, as torcidas organizadas também repetirão os protestos feitos nos últimos dias – o maior foi a realização de uma festa “velhos tempos” na praça Afonso Botelho antes do jogo contra o Atlético-MG. A coordenação destes atos está com a Associação dos Sócios e Torcedores do Atlético (ASTA), que reúne as facções Os Fanáticos e Ultras, além de outros grupos e torcedores.

Em meio a críticas para a diretoria e promessas de apoio aos jogadores, a ASTA divulgou uma carta em que admite que o ambiente na Arena mudou. “Nós temos conhecimento de que nos últimos tempos o apoio vindo das arquibancadas do Joaquim Américo para com a equipe decaiu bastante (…) Muitos Atleticanos inclusive, não se sentem mais confortáveis em comparecer ao estádio, dizendo que ele fica parecido com uma geladeira”, diz o texto.

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E é nessa Arena, em que o Atlético tem o pior desempenho de sua história recente jogando em casa, que a reabilitação em campo precisa vir. Afinal, uma vitória sobre o Dragão não só acalma o ambiente (pelo menos em parte), mas também pode representar a aproximação ao G7 e também um distanciamento maior da zona de rebaixamento – hoje em oitavo lugar, o Furacão está a cinco pontos da Libertadores e a quatro da degola.

Para que a recuperação aconteça, será fundamental o apoio que tantas vezes decidiu partidas – o que vem das arquibancadas. “É importante para estarmos novamente com a força que precisamos para que, na quarta-feira, possamos fazer um grande jogo”, resume Nikão, que volta de lesão e é esperança de vitória diante do Atlético-GO.