Atlético sem onze “titulares” para o último jogo

Festa cristã, que se tornou sinônimo de presente, o Natal deste ano pode chegar mais cedo para a torcida atleticana. Os fanáticos rubro-negros entram na última semana do campeonato brasileiro com um sonho difícil de ser realizado: conquistar uma vaga na Copa Sul-Americana de 2004.

Mas este belo sonho pode se tornar realidade. Para tanto, o técnico Mário Sérgio precisa aceitar vestir a carapuça de Papai Noel e dar de presente à torcida um time competitivo o bastante para vencer o Paysandu, em pleno Mangueirão, no próximo domingo.

Esta no entanto, não será uma tarefa fácil. Primeiro porque o time inicia a semana com onze desfalques.

Mas como aquele menino pobre, que sonha com um presente caro, os atleticanos têm esperança. Com 60 pontos conquistados e ocupando a 13.ª posição na tabela do Brasileirão, o Rubro-Negro precisa fazer sua parte e vencer o Papão. Subiria para 63 pontos.

Pela combinação de resultados desta penúltima rodada, o Rubro-Negro perdeu duas posições – caiu da 11.ª para a 13.ª. Mas seus adversários diretos pela vaga – Figueirense, Guarani e Paraná Clube – têm um confronto direto (o Figueira recebe o Bugre na rodada final) e, no Pinheirão, o Tricolor paranaense enfrenta o Vitória.

Portanto, a torcida não será apenas a favor do Atlético. Ela se estende a um empate em Florianópolis e uma derrota ou empate do Paraná em Curitiba.

A vantagem é que o time de Mário Sérgio joga no domingo, já sabendo exatamente do que irá precisar para ter chance de disputar uma competição internacional no ano em que completa 80 anos de história.

Desfalques

Em função do confronto do último sábado, estarão de fora da despedida do Brasileirão os volantes Luciano Santos e Alan Bahia (ambos receberam o terceiro cartão amarelo) e o meia Ricardinho. Na mesma situação, está o lateral-direito Alessandro, que completou sua quinta série de amarelos (foram quinze ao longo do campeonato). O outro desfalque será na zaga, pois o capitão Rogério Correia foi expulso.

A lista de ausentes prossegue com os contundidos: o atacante Ilan, os zagueiros Ivan e Ígor, além do volante Douglas Silva. Completam o rol de desfalques o atacante Dagoberto e o meia Fernandinho, ambos servindo a seleção brasileira sub-20, que amanhã enfrenta a Eslováquia, pelas oitavas-de-final do mundial da categoria, que está sendo disputado nos Emirados Árabes Unidos.

“Estou sem onze jogadores no momento. Assim fica difícil assumir qualquer compromisso pela vitória”, opinou o técnico Mário Sérgio, logo após o empate de sábado, diante do Vasco, na Arena.

Mas essa, no entanto, será uma grande oportunidade para o treinador atleticano dar sequência à atividade que ele mais realizou desde que assumiu o comando da equipe: experiências para testar os jovens que vão compor o elenco rubro-negro na temporada 2004.

Jádson, o “divisor de águas”

Foi apenas uma a mudança, mas ela simplesmente desestruturou uma equipe que fez um primeiro tempo objetivo e prático, dominando com certa facilidade as ações ofensivas. Ao sacar Jádson, no início do segundo tempo, o técnico Mário Sérgio separou o meio-campo do ataque, perdendo uma ligação que vinha obtendo sucesso até aquele momento.

Com isso, o Atlético não passou de um empate com o Vasco, na tarde de sábado, na despedida da equipe da Arena da Baixada neste campeonato brasileiro. O resultado foi 2 a 2.

Para começar a partida o técnico atleticano surpreendeu a torcida. Em vez de manter o improvisado Isaías na lateral-direita, mandou a campo o meia Fabrício para o setor, escalando o talentoso meia Jádson no meio-de-campo.

Com isso, o Rubro-Negro teve um domínio inicial na meia-cancha, envolvendo o Vasco, que pouco pôde fazer para conter a equipe. Mas o domínio não se traduziu em boas chances. Foram poucas as criadas pelo Atlético, que parecia amarrado quando encontrava a resistência da bem postada defesa vascaína.

Isolado entre os zagueiros, Alex Mineiro pouco podia fazer. Nas poucas vezes que teve companhia, incomodou aos cruz-maltinos, que tiveram que se desdobrar para evitar a abertura do placar.

Uma delas, foi quando Luciano Santos trocou passes com Alessandro pela direita e lançou nos pés de Alex, que chutou para boa defesa de Fábio. Aos poucos, no entanto, o Vasco foi equilibrando as ações no meio-campo e de um passe de peito, de Edmundo, a bola sobrou livre para Rodrigo Souto, que ao invés de chutar, cruzou e Valdir chegou atrasado.

Neste meio-tempo, numa jogada isolada, Edmundo acertou o rosto de Rogério Correia. O árbitro Paulo César Oliveira avisou aos dois que na próxima seriam expulsos. Minutos depois, a promessa foi cumprida, quando Edmundo acertou uma cotovelada na nuca de Rogério, que saiu por não se livrar da confusão.

A saída da dupla não alterou muito o panorama do jogo. E numa das poucas vezes que conseguiu entrar na área vascaína, já nos descontos do primeiro tempo, o Atlético saiu na frente. Depois de escanteio espanado, Fabrício acionou novamente Alessandro, que cruzou para entrada rápida de Adriano, cabeceando sem chances para Fábio.

No segundo tempo, o jogo ficou à mercê do Vasco, que foi para cima. Com a entrada de Régis no lugar de Da Silva, os vascaínos apimentaram a partida, criando muitas chances – a maioria desperdiçada. A igualdade aconteceu naturalmente, de um cruzamento de Alex Silva, na cabeça do pequenino Moraes – no lance, Daniel e Alessandro Lopes deixaram a bola sobrar para Alex Silva, ao invés de dar combate para evitar o cruzamento – irritando a boa torcida à loucura.

Mesmo dominado, o Atlético reagiu. Num contra-ataque despretensioso, Adriano pegou uma rebarba da zaga vascaína, já na linha de fundo, passou pelo marcador, invadiu a área e chutou forte. A bola desviou em Wescley e entrou.

Mas mais uma vez faltou atenção ao setor defensivo atleticano, aliado a uma experiência do técnico atleticano, que sacou Daniel para dar lugar a Tiago Vieira. O substituto entrou frio e já nos minutos finais, e depois de muito insistir no ataque, o Vasco foi premiado, aproveitando nova falha de marcação da defensiva atleticana. O empate saiu numa bola alçada na área por Rodrigo Souto e completada de cabeça por Wescley.

Viagem para confirmar pré-temporada mexicana

Enquanto os jogadores atleticanos iniciam amanhã a última semana de trabalho, Alexandre Rocha Loures, assessor de relações internacionais do Atlético,

e Luiz Fernando Cordeiro, assessor da presidência atleticana, estarão embarcando rumo ao México, onde vão finalizar as negociações com outros dois clubes para que o Atlético possa fazer uma pré-temporada naquele país.

A intenção da diretoria é fechar mais dois jogos amistosos – com o Monterey o martelo já foi batido e o confronto está marcado para o dia 10 de janeiro, na cidade de mesmo nome. Assim, o Atlético teria um calendário de treinos e preparação numa inédita pré-temporada internacional.

O clube dará prioridade para fechar contratos com equipes de cidades em altitudes elevadas, para aproveitar bem o início do próximo ano e deixar o elenco voando baixo.

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