100 motivos para se apaixonar pelas empanadas Don Hugo, no Juvevê

Foto: Letícia Akemi / arquivo Gazeta do Povo.

Mais ou menos lá por 2015, ainda quando morava no Juvevê, um vizinho me sugeriu boas empanadas que havia conhecido recentemente há poucas quadras do prédio onde morávamos. Bem ali no miolinho entre cruzamentos de ruas charmosas e algumas sem saída, um argentino resolveu abrir uma casa especializada num salgado latino e bem democrático: as empanadas.

Do sul da Argentina até o México, cada lugar tem uma receita para dizer que é sua. É um salgado delicado, feito com massa bem fina de farinha de trigo, ou farinha de milho, até com ricota, e recheado. A mais tradicional é a de carne: bovina, de frango, carneiro, tanto faz. Também fazem sucesso as vegetarianas, com queijo, cebola, espinafre, cogumelos, uma infinidade. Doces são amores à parte.

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Pois bem. No Juvevê, mais especificamente na Rua Machado de Assis, um argentino abriu uma casa de empanadas há quase nove anos. Hugo Sergio Volskis, de 55 anos, tinha um sonho antigo de ter uma fábrica de massas – ele só não imaginou lá atrás que seriam massas recheadas, assadas. Hoje, em Curitiba, é possível dizer fácil que Hugo sabe fazer uma das melhores empanadas da cidade.

No Don Hugo, o cardápio foi ficando extenso com os anos. Atualmente, o restaurante conta mais de 100 tipos de sabores diferentes – é muita coisa! As mais populares são as de carne: temperada com cominho, cebola, pimentões e pimenta calabresa. Há pelo menos oito opções com carne, que podem vir acompanhadas com azeitona, ovos cozidos, uvas passas, champignon ou muçarela – há várias combinações.

As vegetarianas e veganas também estão no páreo das mais queridas e não ficam para trás. Há dezenas com queijo e combinações, caponata de berinjela, cogumelos, palmito, vegetais e mais vegetais refogados e bem temperados. Doces também, com doce de leite, queijo e goiabada, frutas. Imagine uma empanada bem quentinha, doce ou salgada, massa desmanchando, queijo derretido saindo, levinha, saborosa. Imaginou? É boa desse jeito, para comer devagar, sem pressa. Os preços variam de R$ 13,50 a R$ 18 cada salgado de aproximadamente 180g.

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Para quem está acostumado a ver aqueles grandes salgados nas estufas das lanchonetes, pode achar as empanadas pequenas, singelas demais. Aqui, o lance é outro. A massa é bem fina, feita de um dia para o outro, aberta delicadamente no rolo, bem recheada com cuidado, com temperos na medida, proteína bem preparadinha, vegetais, às vezes um queijo, e fechada com dobras características. Confesso que fico naquela “dois é bom, três é demais”.

No Don Hugo, as belezinhas são recheadas e assadas na hora, bem fresquinhas. Tem lugares chiques por aí, em Curitiba, que o salgado vem congelado de São Paulo. Já pensou a diferença?

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Aí você pode me dizer, “existem tantos lugares em Curitiba que vendem empanadas, tão boas quanto”. Posso garantir que em parte desses lugares, elas são feitas pelas mãos do Hugo. “Vendo para bares no Batel, no Água Verde, Centro, Mercês. Compram até de fora de Curitiba. Vendemos no atacado. Tenho parceiro em Camboriú, em Canoinhas, Santa Catarina. Fazemos para a Família Scopel, no Ahú, para o Graciosa também, Positivo. E assim vamos”, revela o proprietário.

Foto: Letícia Akemi / arquivo Gazeta do Povo.

“Coisas que são mágicas”

Num bate-papo com Hugo, perguntei o que fazia suas empanadas serem tão saborosas e especiais. “Aprendi comendo”, brincou. “O primeiro cliente é a gente. As empanadas são lembranças de minha mãe. Conversando com ela, anos atrás, ela me sugeriu fazer empanadas. Eu fui indo, me especializando”, contou.

Hugo está no Brasil há 29 anos – cinco em São Paulo, capital, e 15 anos no Rio de Janeiro. Nasceu no Centro da capital argentina, Buenos Aires, Caballito. No primeiro dia em terras brasileiras para visitar parentes, conheceu o amor da sua vida. “Predestinado, coisa de Deus”, revelou.

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A história de amor aconteceu resumidamente assim: Hugo, recém chegado da Argentina, topou a ideia dos primos de fazer um churrasco naquele primeiro dia no Brasil – comemoração em família. A tia, então, fez algumas ligações e convidou uma pessoa especial, que futuramente acabou mexendo com o coração e com a vida do Hugo. Sem saber o que os próximos anos reservavam, Hugo foi atender a porta assim que a amiga da tia chegou, acompanhada da mãe.

Numa brincadeira, mas com um tom de previsão futura de arrepiar, “a futura sogra” de Hugo na época viu ele chegar para abrir a porta da casa e comentou com a filha: “Chegou teu esposo”, relembrou o argentino. “Foi predestinado, não tem explicação”, acredita Hugo.

Do casamento com roteiro de filme, vieram um casal de filhos. Os dois durante esses últimos nove anos tem ajudado o pai na produção de empanadas e atendimento dos clientes.

Mais de 100 chances para amar

Diariamente, cerca de 300 empanadas são preparadas, massa e mais de 100 tipos de recheios. Os sabores mais pedidos da casa já são recheados previamente. Mas boa parte delas são montadas na hora. Para garantir o bom sabor sempre, Hugo logo revela: “tem que ter bondade”.

“Elas não precisam ser pequenininhas, ou um cavalo. Vou colocando temperos, sentido o cheiro, provando como está de sabor. É dedicação, carinho. Me preocupo sempre, todo o dia, com o sabor, com a massa. Vejo como estou fazendo, resultados. Não sei fazer com pressa. Tem que dar tempo ao tempo. Tem que deixar descansar de um dia para o outro. Fazer com gosto é fundamental”, esclarece Hugo, o sucesso dos seus salgados.

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Quer conhecer as empanadas do Don Hugo?

O Don Hugo fica na Rua Machado de Assis, 322, no Juvevê. Abre de terça a sábado, das 17 às 22 horas. É possível pedir por iFood. Telefone: (41) 3089-7970.

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