Ginástica laboral: um investimento necessário

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2005), no Brasil, as doenças crônicas são responsáveis por 72% de todos os óbitos, projetando-se um aumento de 22% nos próximos dez anos, principalmente pelo aumento na frequência de diabetes (OGATA; SIMURRO, 2009). Nesse contexto, as empresas estão enfrentando sérios problemas com o aumento dos custos de assistência médica.

No Brasil, a taxa de sinistralidade (despesas médicas, hospitalares e laboratoriais) tem aumentando sistematicamente acima da inflação. Os gestores tem se utilizado de várias ferramentas para buscar controlar essas despesas. Portanto, o estilo de vida adotado pelos empregados é de grande importância estratégica para as empresas.

Em virtude deste fato, é crescente o número de empresas prestadoras de serviço com foco na saúde e segurança ocupacional, pois o mercado apresenta uma ótima oportunidade de negócios em virtude de uma demanda elevada por serviços nessa área, pois os custos decorrentes dessas enfermidades representam um alto impacto na competitividade, produtividade e na sustentabilidade das empresas (OGATA; SIMURRO, 2009).

Estudos internacionais que analisaram o absenteísmo (que são as faltas ao trabalho), o presenteísmo (importante questão que emerge atualmente, precede o absenteísmo e que está diretamente associada à produtividade), os custos com assistência médica, os acidentes de trabalho e as aposentadorias precoces por problemas ocupacionais mostram que as intervenções no ambiente de trabalho são eficazes e melhoram todos esses indicadores (BOEDEKER ET ali, 2009; BUCK, 2010; OGATA e colaboradores, 2012).

É inegável a contribuição que um programa de Ginástica Laboral (GL) bem estruturado pode representar para as empresas.

Importante também citar neste contexto as modificações recentes na legislação previdenciária brasileira – que regulamentaram o Fator Acidentário de Prevenção (FAP) e o Nexo Técnico Epidemiológico (NTEP) – que atribui redução nos encargos das empresas que comprovadamente investem em programas de promoção de saúde, como é o caso, por exemplo, dos programas de GL (Revista Proteção, NOV/2013, pag. 55).

A pesquisa “Estilo de Vida e Hábitos de Lazer”, realizada pelo Serviço Social da Indústria (SESI/DN, 2009) nas indústrias do país, demonstra que atualmente são as grandes empresas as que mais oferecem o serviço de GL (aproximadamente 47%); nas indústrias de médio porte do país existem programas de GL em 32,7% delas e nas pequenas indústrias o número é de apenas 14,3%.

Se pensarmos em termos de negócios e oportunidades, considerando os números citados acima, percebemos que a quantidade de indústrias que ainda não possuem programas de GL é de aproximadamente 65,9% em nosso país (SESI/DN, 2009).