Um resto de encanto

Protestamos para extingui-los, mas ficamos curiosos para o seu começo. Tratamos o seu título como insignificante, mas fazemos festa quando o time do coração da gente é campeão. Nós, jornalistas, pregamos que servem apenas para preparar os times para as competições maiores, mas concordamos quando, na derrota, o torcedor pede para o técnico ir embora.

Os campeonatos estaduais, eis o grande enigma. Será o resto de ilusão para alguns ou a força da obrigação para outros? Seja o que for, ainda provocam algum encanto.

O nosso começa neste sábado (19): na Baixada, Athletico x Cascavel.

Vejam só o poder de criação de Petraglia e os prepostos paulistas do Athletico. O novo Athletico é com o “H” buscado da ata de sua fundação, de 26 de março de 1924; o símbolo, em que riscos do lado esquerdo simbolizam um furacão, foi buscado no Furacão, time de futebol, de 1949.

A única obrigação que exigiu criar o que se queria diferente, sem recorrer aos elementos históricos, foi o design da camisa. E, aí, criou-se o monstro, que primeiro assustou, e agora constrange a torcida: as faixas, mudando de direção, afastam-se do peito que alcança a alma, projetadas em diagonal, sem destino. Se a Umbro, com 20 anos de parceria, não aceitou participar da mudança do design da camisa (afirmação do funcionário Nelson Fanaya Filho), foi porque tem a consciência do significado dos valores que são caros ao sentimento dos atleticanos.

Mesmo vestido pela criação da empresa OZ, o Athletico é o time a ser batido nesse Paranaense.

Tratar do futuro desse campeonato é atirar no escuro.

Nem mesmo o Furacão, que há tempo tem um time formado, sabe como está e o que pode fazer.
Os outros em tese candidatos ao título, Coritiba, Paraná e Londrina, menos ainda.

Talvez o Operário volte a ser o “Fantasma”.

Contradição

No Brasil, quando jornais impressos ou eletrônicos tratam da redução de custos, o primeiro setor atingido é o de futebol. O argumento é que o torcedor já não se interessa tanto como antigamente.

Sem sentido.

Só para ficar entre nós. No jornal online “Gazeta do Povo”, desde dezembro a notícia mais lida é sobre o mercado de jogadores. Não trato da Tribuna do Paraná, cuja edição impressa é um sucesso de venda nas bancas, e que tem como tradição futebol e polícia.