Romantismo

Contra o Gremio, o Atlético volta a mandar um jogo no Couto Pereira. Não sei qual a razão, talvez seja a ignorância do passado, há quem pretenda jogá-lo num ambiente de romantismo. Romantismo de botequim, sem dúvida.

Quero dizer que para os atleticanos de ideal não há nada de romântico ou de nobreza. Ao contrário, o fato provoca lembranças de um tempo, que o Furacão eram refém do Coritiba. Enganado por discursos e mídia populistas, renunciava a Baixada para mandar os Atletibas no Couto Pereira: perdia o jogo, perdia o titulo e enchia o cofre dos coxas com o famoso “dez por cento”.

São fatos da história e não da coincidência. A partir de 1982, com Moura e João de Oliveira Franco, impôs condições para jogar no Couto Pereira: renda dividida, bilheteiros divididos, torcida dividida e aluguel dividido. O resultado foi imediato: o Furacão deixou de ser refém, ganhando os títulos de 1982, 1983, 1985 e 1988, mantendo essas exigências em 1990 com Farinhaki na presidência. Depois, improvisando o Pinheirão como a sua casa, fez secar a fonte que ajudava o rival ser maior que ele. Não é coincidência, que a partir do Pinheirão, o poder que era centrado no Couto Pereira foi dividido. E muito menos é coincidência que o Furacão se tornou o grande clube do Paraná a partir de 1999, com a Arena da Baixada.

Os atleticanos de fé não têm nenhuma saudade do Couto Pereira.

Romântico sempre foi jogar na Baixada. Romântico sempre é jogar na Baixada. Nem o maior dinheiro do mundo faz o atleticano renunciar a esse sentimento.

O Furacão joga contra o Grêmio.

Em fase insegura, em um campo neutro, tudo pode acontecer.

Meia tigela

Em fevereiro passado escrevi que o presidente Mário Celso Petraglia, do Atlético, estava criando mecanismos para tornar a Baixada um estádio para ser usado, também, por Coritiba e Paraná. O argumento que usou é que só a torcida do Atlético não teria capacidade de sustentá-la. Em razão da pressão que sofreu, chamou-me de cronista “meia tigela”.

Agora, Giovani Gionédis, ex-presidente do Coritiba, cuja opinião é capaz de influenciar decisões no Alto da Glória, afirma que a Baixada tem que ser o estádio único para Atlético, Coritiba e Paraná. E essa é a opinião guardada, também, pelo presidente Rogério Bacellar.

E agora, diante de opinião tão autorizada como a de Giovani, o que Petraglia vai responder? Diz ai, MCP.