Investimentos

Li nos jornais que nove jogadores do PSTC chegaram para o Atlético. Coincidiu com o anúncio de investimentos extraordinários no CT do Caju. O objetivo imediato é transformá-lo em um centro de captação de recursos. Necessariamente a causa de tantos investimentos não se limita à revelação de jogadores.

Está certa a decisão de dar um outro rumo para a exploração do Centro de Treinamentos. É que existe uma extravagante contradição entre a grandiosidade do “Caju” e a carência de grandes jogadores revelados. Do time atual, só Daniel tem origem nas terras atleticanas. Era, também, a origem de Jean.

O custo-beneficio das categorias de base é oneroso. É contraditório que um clube rico, que exerce enorme fascínio e atração sobre os jovens jogadores, fique dependente de parcerias. Dois fatos concorrem para essa contradição: o primeiro e fundamental é a falta dos observadores, identificados como olheiros. Observar um jogador não é fácil. Concluir se ele é bom, com pequena margem de erro, é mais difícil ainda. Depende de conhecimento técnico, tático, sensibilidade, sorte e uma rede de confiáveis informantes. O outro motivo é a intensa mistura que existe entre vários segmentos e classes de atletas e pessoas no CT do Caju. O menino quando chega, já passa a viver o ambiente definitivo do grande clube. Sua ansiedade já é satisfeita. Desconcentra-se. Parte da expectativa de futuro já é atendida. Desde garoto, passa a viver em uma rotina. Quando chega a idade de ser profissional de fato, já está cheio de vícios.

Grandes clubes já concluíram isso. Santos e São Paulo, que mais revelam jogadores excepcionais, há tempo criaram um ambiente diferente para as categorias de base. Construíram centro de treinamentos específico.

O Atlético deveria construir o “CT do Caju II”. Pelo seu custo já era hora de revelar em suas terras um campeão do mundo como Kléberson e um atacante espetacular como Dagoberto.

Perguntar não ofende: Por que tanto ódio, meu Deus?