Adeus às armas

Adeus às armas
Foto: Pixabay

Por conta do que disse num artigo anterior, no qual deixei evidenciado que nos últimos 30 anos, a escalada da esquerda no Brasil o transformou em um país nitidamente comunista travestido de socialista, ainda que tenha uma economia capitalista, ponderou um querido e velho amigo que talvez eu fosse o derradeiro cidadão que insistia em falar de comunismo nesta “Terra Brasilis”, posto que o comunismo puro desapareceu por aqui, e inclusive no mundo inteiro.

Respondi que não era bem assim, até porque essa gente de esquerda, de várias ideologias, nunca diz o que pretende realmente, é sorrateira e dissimulada. A propósito deste procedimento condenável, lembrei o pensamento do poeta francês do século XIX, Charles Baudelaire, acerca do mal, isto é, do satanás: “O maior truque do ‘coisa ruim’ foi convencer-nos de que não existe”.

Percebam o quanto o regime vigente no Brasil – tal qual nos mais reconhecidos países totalitários de esquerda – invade, interfere e domina a vida do cidadão.

Pensem, por exemplo, no quanto o homem comum tem que pagar de impostos para sustentar uma máquina pública corrupta, incompetente e um verdadeiro “polistiburgo” com seus privilegiados dirigentes, para nada ou muito pouco receber em troca a titulo de serviços públicos referentes à saúde, à educação e à segurança, para não citar as demais obrigações do Estado.

Pensem no quanto as famílias cristãs vem sendo violentadas nos seus princípios e valores tradicionais, visando-se que um dia possam ser substituídas pela “família dos partidos de esquerda”, na qual, antes de qualquer coisa, o amor e o respeito dos pais para com os filhos e destes para com os pais sejam trocados pela odiosa submissão à agremiação política no poder.

É daí que vem: a intervenção covarde e calhorda do Estado na condução da família e na educação da prole (Lei da Palmada); a doentia distorção da chamada educação escolar decorrente da ideologia de gênero, que objetiva destruir o conceito natural de família formada pelo o homem e pela mulher, que a Constituição Federal consagrou; a psicótica e histérica promoção do “gaysismo viral” e da luta entre as raças, que fomentam a divisão e a cizânia a fim de que a desprezível classe política possa governar sem uma oposição que a ameace; o perverso domínio do pobre e do desvalido, “encabrestados” por uma esperta política assistencialista; a doida tentativa da esquerda de dominar inteiramente os meios de comunicação, e muito mais.

Outro exemplo destas torpes intervenções é a traiçoeira campanha da esquerda idiota pelo desarmamento da população, o que é inclusive ilegal por assim dizer, porque em recente plebiscito a sociedade disse não ao desarmamento.

A rigor o propósito daqueles cantantes é de ter um povo totalmente desarmado, sem a menor condição de prover a própria defesa e os membros do partido no Governo protegidos e armados até os dentes ou cercados por seguranças armados.

A ideia não é nova, vem desde os tempos de Stalin, na Rússia. Dela se valendo, Hitler desarmou totalmente a população alemã e entregou uma “Luger P08” – 9 mm (com sete no pente e uma na agulha) – a cada nazista, para que assassinassem os judeus e quem quer que fosse oposição ao regime.

Rindo de orelha a orelha estão as facções criminosas e tranquilos ficam os esquerdopatas de muitas matizes, pois bem sabem que o dano maior recai nas costas do povão, algemado à miséria por suas bolsas esmolas, e que nada os alcança, até porque se sentem protegidos por uma nefanda aliança formada pelos bandidos do PCC, da FARC, do PT e dos demais partidos de esquerda.

Nem me venham com essas estatísticas oficiais, falsas e enganosas relativas aos nossos elevados índices de criminalidade e ao alto número da população carcerária porque, a uma em linha de princípio tais índices decorrem da incompetência do Estado em prestar a necessária segurança mediante uma política pública eficaz, e a duas porque quem gosta desse debate estéril é a “boiolagem dos direitos humanos para vagabundos”, eu não.

Quando olho para esses números sempre me pergunto quanto desses crimes aí apontados foram praticados com armas de fogo legais, registradas e compradas no comércio?

O bandido não precisa de licença de ninguém para andar armado e matar, porém esses “esquerdinhas”, que pretendem retomar com muito vigor a política de desarmamento, argumentam que não se pode conceder porte de arma ao homem do povo porque, certamente, entendem que, a exemplo deles, somos uma sociedade de delinquentes e assassinos.

Não é a posse de arma que induz o cidadão ao crime e sim sua má formação familiar, despreparo e indigência que leva o homem para a bandidagem, e por estas circunstâncias o Estado é o maior culpado.

Reconheço que o assunto exigiria um exame mais profundo que aqui não cabe, contudo pondere-se, antes da esquerda delinquente tomar nossa sociedade de assalto, nos grandes centros e nas cidades do interior o cidadão não era assassinado todo dia, e a maioria das pessoas tinha um pai que possuía uma arma em casa ou a usava na cinta.

Trago essas reflexões, sobretudo para ressaltar a nociva intervenção do Estado na vida do cidadão, fruto de uma ideologia que há muito nosso povo rejeitou, porque não é de sua natureza e índole. Temos dois caminhos a percorrer: ou defendemos, com unhas e dentes, nossa cidadania, nossos valores e princípios cívicos, ou seja, tudo aquilo que sustenta uma Nação realmente livre ou capitulamos, covardemente, e como escreveu o imortal Ernest Hemingway, damos adeus às armas.

José Mauricio de Barcellos, ex Consultor Jurídico da CPRM-MME é advogado, email: bppconsultores@uol.com.br.

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