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Coritiba diminui dívidas, mas balanço financeiro ainda está no vermelho

Presidente Rogério Bacellar vai tentando acabar com as dívidas do Coritiba. Foto: Henry Milléo

Aos poucos, o Coritiba vai tentando colocar ordem na questão financeira do clube. O balanço financeiro de 2016 do clube mostra que o saldo negativo diminuiu em relação a 2015, com a dívida caindo de R$ 16,4 milhões para R$ 11 milhões. O relatório está no site oficial do clube, dentro da área de transparência, com pouca visibilidade aos frequentadores da página.

Mas o que chama a atenção é que a conta negativa evidencia o drama na gestão orçamentária do futebol, ao mesmo tempo em que as despesas operacionais e administrativas mostraram reação e equilíbrio. O setor da bola gastou R$ 64,8 mi – em 2015 as despesas foram de R$ 57,6 mi.

Basicamente há acréscimo nas contas do futebol profissional (R$ 53,9 mi), pois categorias de base, amortização de direitos econômicos e formação de jogadores seguiram no mesmo patamar de 2015.

A situação não é boa, como o relatório da auditoria independente traz nas notas do balanço. “Em 31 de dezembro de 2016, o clube apresentava um patrimônio líquido negativo de R$ 44.078.327 e deficiência de capital de giro de R$ 35.120.852, evidenciando a necessidade de aporte de recursos financeiros”, traz o texto da UHY Auditores e Associados.

E faz um alerta importante. “A continuidade operacional do clube dependerá do sucesso das ações da sua administração para a geração de novas receitas e equacionamento das suas despesas, custos e de seu endividamento”.

O valor negativo do patrimônio líquido (R$ 44.078.327) mostra a insolvência coxa-branca neste momento. Em outras palavras, de acordo com o documento, seus bens não cobrem as dívidas.

Sobre o capital de giro, uma conta simples é trazida no balanço. A gestão Rogério Bacellar, em 2016, gerou R$ 10,7 milhões em receitas, mas administrou um passivo circulante de R$ 45,8 mi.

Assim mesmo o relatório da administração alviverde destaca a economia na gestão como um ponto importante nesta luta para deixar o Coritiba com uma viabilidade econômica próxima.

“A sequência da austeridade no controle e geração de caixa nos resultados operacionais, bem como manter-se em dia com o programa Profut (parcelamento de dívida tributária com a União, hoje de R$ 95,3 mi), se constituem fundamentalmente como pontos essenciais para a futura e desejada estabilidade financeira e operacional do Coritiba”, traz Bacellar na abertura do balanço.