Esporotricose

Doença grave em gatos pode vir da sujeira dos sapatos e causar ferida em humanos

gato com ferida
Foto: Freepik / imagem ilustrativa.


O comunicador visual e leitor da Tribuna Denilson Merlin, 54 anos, entrou e contato com a equipe do jornal para um alerta a respeito da doença esporotricose, comum em gatos. A doença infecciosa é causada por um fungo do gênero Sporothrix, que entra no organismo e causa uma micose debaixo da pele, que se não for tratada vira ferida e pode causar até a morte do animal. O risco ainda inclui a transmissão para seres humanos, já que a esporotricose é uma zoonose.

As zoonoses são doenças transmitidas entre animais e pessoas. Significa que se o tutor do gato ou outra pessoa tiver contato com a ferida, pode ser contaminado. E é justamente essa preocupação do Denilson Merlin.

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“Nos últimos dois meses, notei que um dos quatro gatos que frequentam o meu telhado apresentou os sintomas. Nesse período, o rosto dele ficou comprometido. Não tem muito o que fazer, creio que ele não vá sobreviver”, lamenta Merlin.

O comunicador mora da Vila Guaíra, em Curitiba, e tem cinco gatos. O gato doente não é dele, mas como o animal frequenta a vizinhança, Merlin já o alimentou algumas vezes. “Notei um machucado no rosto. Achei que era de uma briga, que logo iria melhorar. Mas, infelizmente, não foi o que ocorreu. Tenho receio que a doença se espalhe para outros gatos e alguém possa se contaminar. Seria um risco até de uma epidemia”, alerta.

Esporotricose pode vir dos sapatos

Fernando Dalledone, veterinário clinico especialista em pequenos animais e professor pela UFPR, disse que, só em janeiro deste ano, atendeu dois casos de esporotricose na clínica veterinária onde atua. Ele explica que a doença tem diferentes formas de transmissão. Geralmente, ela aparece quando os gatos se arranham em uma briga. Nos cães, a doença não é muito comum.

“É um comportamento dos gatos. Quando, por exemplo, tem uma fêmea no cio, eles partem para a disputa. Essa não é a única forma de contágio, mas o fungo pode se alojar nesse momento, quando os gatos se arranham e se ferem”, explica Dalledone.

Outra maneira de infecção é a pessoa da casa trazer o fungo da rua, por exemplo nos sapatos. “É uma maneira menos comum, talvez mais difícil. Mas o gato costuma se lamber e se esfregar a todo o momento. Pode ser que, em algum momento, ele possa entrar em contato com o chão onde o fungo esteja. Carregado para dentro de casa de alguma forma, com o tutor tendo pisado em algum local contaminado”, destacou o veterinário.

Gravidade da doença determina sobrevivência

Normalmente, a esporotricose tem três níveis de classificação de gravidade. A mais leve, quando as feridas são subcutâneas; a mediana, quando ela se manifesta com nódulos e gânglios; e a mais grave, quando as feridas são generalizadas. “Nesse último, dificilmente o animal sobrevive. Ele chega a perder o rosto inteiro, orelhas, de tão avançada que se torna a doença”, lamenta Dalledone.

Segundo ele, uma forma de prevenção é a castração dos animais, o que os torna mais dóceis e menos propensos aos eventos de briga, a sair para a rua, de onde geralmente voltam com as arranhaduras.

Quando se trata de seres humanos, uma vez que a esporotricose é uma zoonose, uma forma de prevenção é evitar um contato exagerado com os animais, como beijos ou dividir a cama na hora de dormir.

Outra ação fundamental é procurar um veterinário imediatamente, caso o tutor perceba os sintomas. Ou um médico, no caso dos seres humanos.

“A esporotricose tem tratamento. Há remédios antifúngicos. E também há vacinas injetáveis, caso os remédios não surtam efeito. Porém, o tratamento é longo e custa caro. Pode durar seis meses ou mais. Os fungos podem apresentar resistência. É fundamental agir rapidamente”, finaliza Dalledone.

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